Semana da alimentação comemorada nas Caldas e Bombarral

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alim1A 16 de Outubro o mundo celebrou o dia da alimentação e o Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte (ACES Oeste Norte) não deixou passar a data em branco, decidindo este ano organizar uma semana dedicada ao tema. As actividades decorreram entre as Caldas da Rainha e o Bombarral, de 12 a 16 de Outubro, e incluíram uma aula sobre alimentação saudável, um workshop dedicado às marmitas no trabalho, a divulgação do projecto “Obesidade Infantil”, a conferência “Riscos… Comportamentos! Cuidados a ter” e uma feira da saúde.

“Achámos que era importante celebrar o dia mundial da alimentação porque está cada vez mais comprovado que somos aquilo que comemos”, começou por dizer Ana Pisco, directora executiva do ACES Oeste Norte. Os riscos causados pelo elevado teor de sal ou açúcar não são uma novidade, mas agora “têm tomado um impacto muito maior”, assegurou a responsável, que chamou a atenção para a riqueza da nossa região, privilegiada no que toca à produção de produtos hortícolas e frutas.
Praticar uma alimentação saudável é a base para a prevenção de algumas doenças, nomeadamente as cardiovasculares, que representam, na actualidade, a principal causa de morte em Portugal. Os bons hábitos alimentares, contudo, devem ser complementados com a prática de exercício físico e com um estilo de vida saudável, alerta Ana Pisco.
“Hoje os miúdos passam tempos infindos frente à televisão e, para os pais, é mais confortável preparar comidas rápidas, que sabem à partida que os filhos irão gostar. Assim evitam os momentos de stress com os filhos”, adianta a directora do Agrupamento, acrescentando que não é necessária restrição total aos produtos alimentares menos saudáveis, mas “apenas fazer ver à criança que existem ocasiões específicas para comer doces”, como é o caso das festas de aniversário.
Outro dos principais objectivos da semana da alimentação, explicou Ana Pisco, foi a envolvência da comunidade profissional do ACES Oeste Norte: médicos, enfermeiros e assistentes técnicos tiveram a oportunidade de conviver no decorrer das actividades, o que, segundo a directora, nem sempre é possível em contexto de trabalho.
Uma das iniciativas mais apreciadas foi o workshop “Alimentação saudável no local de trabalho: marmitas e receitas saudáveis”, onde alguns dos profissionais de saúde aprenderam a confeccionar pratos sem adição de sal ou açúcar, com o chef Luís Tarenta, da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste. Jorge Nunes, coordenador da USP Zé Povinho, foi um dos participantes que pôs as “mãos na massa” e confeccionou bifes de peru enrolados em camarão. “Não sabia que era possível tirar o sal de uma refeição e substituí-lo por ervas aromáticas ou utilizar mel em vez de açúcar nas sobremesas”, admitiu. “É preciso desmistificar a ideia que levar uma marmita para o trabalho significa comer um prato sem sabor, como pensavam os nossos antepassados”, salientou Ana Pisco, que assegura: “não é necessária muita técnica culinária para preparar uma marmita saudável e apelativa”.
A ACCCRO (Associação Comercial dos Concelhos de Caldas da Rainha e Óbidos) apoiou a semana da alimentação, convidando os restaurantes da região a incluir nos seus menus um destacável com conselhos de alimentação saudável e uma ementa especial. Foram oito os aderentes: Camaroeiro Real, a Lanterna, Capelinha do Monte, Maratona, Marta’s Place, Mimosa, O Convívio, Pachá/Casa Antero e  Sabores d’Itália.

Obesidade nas Caldas acima da média

Na passada quarta-feira, dia 14 de Outubro, o delegado de saúde Jorge Nunes e a nutricionista Marta Horta apresentaram o projecto “Controlo da Obesidade Infantil” na conferência de imprensa organizada pela Câmara, a propósito da divulgação do programa @prender.mais-CR (Aprender Mais).
Este projecto visa prevenir os casos de obesidade e excesso de peso nos alunos do 1º ano das escolas do concelho das Caldas.
Marta Horta começou a trabalhar com as crianças em Janeiro deste ano, visitando 28 escolas, num total de 392 alunos. Destes, 141 encontravam-se acima do peso (36%) um resultado que está acima da média nacional de 2013 (33%), relativa a crianças entre os seis e os oito anos. “O caso das Caldas da Rainha é mais grave porque temos mais alunos com obesidade do que apenas com excesso de peso”, explica a nutricionista, que vai agora iniciar a segunda ronda de visitas às escolas.