Sofia Maria foi a primeira bebé a nascer no Hospital das Caldas em 2020

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Sofia Maria nasceu às 00h31 do dia 1 de Janeiro na maternidade do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), nas Caldas da Rainha. A bebé com 2,775 quilos é a primeira filha de Marinela Neacsu, de 23 anos, e Stefan Iulian, de 27 anos, um casal romeno que reside em São Bartolomeu dos Galegos, na Lourinhã. No ano de 2019 nasceram na maternidade caldense 1333 bebés, quase mais uma centena do que no ano anterior. Para isso terá contribuído uma melhoria nas condições de vida, mas também a fixação de migrantes na região, sobretudo de origem asiática.

Elementos da administração do CHO e o presidente da Câmara das Caldas visitaram a bebé no hospital

Ainda os foguetes assinalavam a entrada do novo ano quando, na maternidade caldense, nascia Sofia Maria, a primeira filha de Marinela Neacsu. A jovem romena, de 23 anos, chegou a Portugal há cinco anos para juntar-se a Stefan Iulian, de 27 anos, que tinha vindo três anos antes, à procura de melhores condições de vida. Fixaram-se em S. Bartolomeu dos Galegos, na Lourinhã, e ambos trabalham numa exploração de aviários. É por cá que querem continuar e educar a filha e, talvez um dia, “mais tarde, voltar à terra natal”, contou Marinela à Gazeta das Caldas.
O nascimento da filha foi o “melhor presente para começar o ano de 2020”, disse a jovem mãe, reconhecendo que teve “muitas dores”, mas que logo “passaram” quando viu a bebé.
Marinela destacou, ainda, que no hospital encontrou todo o cuidado de que necessitou. Na manhã de 2 de Janeiro recebeu a visita da administração do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) e do presidente da Câmara das Caldas, que fizeram questão de felicitar o primeiro bebé a nascer naquela maternidade e entregar-lhe um cabaz com produtos para a recém-nascida.
À Gazeta das Caldas, a presidente do conselho de administração do CHO disse que esta é uma forma de reconhecer e dar alguma visibilidade ao “trabalho de excelência” que é feito por aquela maternidade, “apesar das inúmeras dificuldades com infraestruturas que já não são novas”. Elsa Baião destaca o desempenho dos profissionais, que permitiram os bons resultados alcançados em 2019: mais quase 100 nascimentos do que no ano anterior, num total de 1333 nascimentos registados.
Para a responsável, trata-se de um indicador que vai ao encontro ao que pretendem para este serviço, de “mais partos nas Caldas, que mais pessoas venham e consigam ter aqui a resposta de que precisam”.
Também o presidente da Câmara destaca a qualidade do serviço e dos seus profissionais. “A comunidade confia no serviço que aqui é prestado e na qualidade das pessoas que aqui trabalham”, referiu Tinta Ferreira, apelando às futuras mães para não darem à luz noutros hospitais.
O aumento do número de nascimentos em relação ao ano anterior era um objectivo a que o serviço se propunha e foi conseguido. Em 2019 nasceram na maternidade do hospital das Caldas 1333 bebés, mais 91 bebés do que no ano anterior. Em 2017 tinham nascido 1196 bebés.
Jorge Ribeiro, chefe de serviço da Ginecologia e Obstetrícia, considera que a melhoria das condições de vida da população beneficiou a natalidade, mas destaca o número crescente de migrantes a residir na região, nomeadamente de países do continente asiático como Nepal, Índia e Paquistão, com factor decisivo para esse aumento. O médico ainda não tem números concretos, mas a percepção que tem é a de que os “migrantes estão a contribuir largamente para esta subida”, que, acredita, vai manter-se.
Jorge Ribeiro destaca ainda o facto de, apesar da contingência de recursos humanos, ter sido possível manter o serviço a funcionar todos os dias do ano, quando em 2018 isso não tinha sido garantido. Em 2019 houve também mais contratações, apesar de continuar a haver o recurso a prestação de serviços. “Muitas vezes abrimos vagas, mas não são preenchidas”, lamenta o director de serviço, que acredita que a situação irá melhorar, fruto da diferenciação que têm vindo a conseguir, inclusivamente ao nível da formação. Este ano já terão um interno que ali começará a sua formação base, trazendo “uma nova dinâmica ao serviço e a sua projecção no exterior”.

Obras lançadas para melhorar o serviço

A Câmara das Caldas e o CHO estão a finalizar um protocolo que prevê, entre outros apoios, a realização de obras para remodelação do serviço de Obstetrícia. O documento, que implica um investimento de 400 mil euros, deverá ser discutido na Assembleia Municipal de Fevereiro, seguindo depois para apreciação do Ministério da Saúde, o que deverá acontecer ainda durante o primeiro trimestre o ano.
Jorge Ribeiro destaca a importância de o serviço possuir melhores condições de internamento, pois este continua a ser um dos motivos de escolha das grávidas, por vezes em detrimento da segurança.
Ao nível de equipamentos tem havido investimento em novos aparelhos, para substituir os que já estavam ultrapassados. Foram compradas duas incubadoras e um novo software, denominado Astraia, que é um sistema de monotorização ecográfica e de registo dos dados, que permite ver se um feto está a crescer bem e na determinação de riscos, como o de cromossomopatias.
Para este ano está também prevista a aquisição de um ecógrafo.