Investimento de 400 mil euros na requalificação da Expoeste também foi anunciada nos “20 anos a acelerar” da AIRO
A AIRO – Associação Empresarial da Região Oeste assinalou 20 anos como aceleradora do empreendedorismo numa conferência que teve lugar no passado dia 28 de novembro no auditório da Expoeste. Durante o evento, foram apresentados o programa Startup Oeste e a modernização do edifício da Expoeste, com os quais a associação pretende reforçar o estímulo ao crescimento de novos negócios na região.
O projeto Startup Oeste pretende unir esforços de diversos parceiros, como municípios, universidades, associações empresariais e incubadoras, para criar um ecossistema integrado, no qual empresas, startups e empreendedores possam prosperar com suporte adequado e acesso a oportunidades. Sérgio Félix, secretário-geral da AIRO destacou que o projeto pretende criar sinergias entre os atores do território, evitando sobreposições de iniciativas e promovendo a união em torno de um plano conjunto. Para tal, será constituído um conselho consultivo regional.
Um dos pilares do Startup Oeste é o suporte direto aos empreendedores, através de programas de aceleração gratuitos, consultoria e mentoria. Será criada uma “bolsa de vantagens”, com um catálogo de fornecedores de produtos e serviços que estejam no ecossistema com condições especiais para as empresas do ecossistema.
A atração de nómadas digitais é outro foco do projeto, aproveitando os recursos naturais e culturais da região. Será desenvolvida uma plataforma digital que reunirá informações sobre as ofertas disponíveis, potenciando a visibilidade do território neste campo.
A 22 de janeiro serão assinados os protocolos de cooperação com os municípios, associações empresariais, incubadoras e outras entidades.
O projeto também prevê a ampliação de espaços físicos para empreendedores, como coworkings e incubadoras. Um desses espaços será criado na Expoeste. Durante a conferência “20 anos a acelerar”, Joaquim Beato, vice-presidente da Câmara das Caldas da Rainha, anunciou um investimento de 400 mil euros para a requalificação do edifício da Expoeste, destacando a importância de transformar o espaço num local mais funcional e atrativo. “Quando não está a ser utilizada, é uma infraestrutura que está a custar dinheiro e não está a servir o seu propósito”, realçou.
Um dos principais focos do projeto será “dar um apoio mais consistente ao empreendedorismo”, realçou Joaquim Beato, através da criação de novos espaços e a recuperação das salas existentes de modo a reforçar as áreas disponíveis para receber empreendedores, quer em incubação, quer como espaços de cowork. A intervenção visa melhorar aspetos como a funcionalidade energética, as infraestruturas de comunicação e a climatização.
O vice-presidente reforçou que o objetivo principal é “multiplicar os usos” do edifício, dando-lhe vida além das feiras e eventos que recebe. Acrescentou, ainda, que a intervenção será realizada de forma faseada no tempo, “porque é um edifício grande”, notou, sendo a primeira intervenção durante o próximo ano.
Vítor Marques, presidente da Câmara das Caldas, salientou que a intervenção visa criar na Expoeste “um espaço virado para as empresas e para a dinamização da economia”, no qual “as empresas se podem juntar de forma mais robusta”. A intervenção permite, ainda, “ampliar o Caldas Empreende, que tem 15 anos e tem sido muito importante para criar oportunidades a novos empreendedores”.
Além desta medida, Vítor Marques realçou que a revisão do PDM terá igualmente um impacto importante para o apoio às empresas, permitindo “ter maiores áreas empresariais”. Vítor Marques apontou também a expansão da Zona Industrial das Gaeiras para a Fanadia e São Gregório, numa sinergia entre Caldas e Óbidos. E apontou, ainda, o aumento dos índices de construção de 0,45 para 0,80, que permitiu dar condições a empresas que estavam no concelho para aumentarem as suas operações sem ter que sair.
Durante a conferência, foram apresentadas ferramentas de financiamento para pequenos negócios, através do Centro de Emprego Oeste Norte, da Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES) e da Associação Industrial Portuguesa.
Foi ainda realizado um painel sobre estruturas de apoio ao empreendedorismo da região, com representantes do Parque Tecnológico de Óbidos, da CRInove e dos municípios da Lourinhã, Alenquer e Torres Vedras. ■
Oeste viu nascer quase 800 projetos em 20 anos
Em duas décadas foram criados, no Oeste, 781 projetos de empreendedorismo, que se traduziram num investimento próximo dos 11 milhões de euros e permitiram a criação de mais de 900 postos de trabalho, envolvendo mais de 2000 empreendedores. Os dados, apresentados por Daniela Félix, técnica da AIRO, na conferência “20 anos a acelerar”, mostram que o empreendedor que procura a AIRO para desenvolver o seu projeto é, na maioria dos casos, do sexo masculino, tem uma média de idades de 43 anos e tem formação superior. A maioria dos empreendedores, cerca de 38%, investem no concelho das Caldas, seguido de Alcobaça, com 17,5% e Peniche, com 13,2%. Alguns desses empreendedores partilharam a sua experiência, na tarde de 28 de novembro, no painel “20 anos de histórias e de sucessos”, moderado pelo jornalista da Gazeta das Caldas, Joel Ribeiro. A CreateInfor é um desses casos. Criada por Miguel Lemos e André Martins, a empresa especializada na prestação de serviços nas áreas de Consultoria Informática, Redes & Hardware, Soluções de Mobilidade e Software de Gestão, teve como primeira “casa” a Expoeste, através do centro incubador da AIRO. “O nosso crescimento tem sido elevado e sustentado. Hoje em dia as dificuldades que temos são as mesmas das outras empresas, o recrutamento de mão de obra especializada”, referiu Miguel Lemos. Também a partilhar a sua experiência estiveram os representantes das empresas Zulla Nazaré’s Surf Village, Eusébio’s Hamburgueria, Talica – Retrosaria, Laboratório d’estórias e Dois Meios, que foram unânimes em destacar o apoio prestado pela AIRO para darem os primeiros passos nos seus negócios. ■