A Feira do 15 de Agosto não trouxe este ano novidades ou melhorias, mas afluência foi maior
Este ano a Feira do 15 de Agosto decorreu em dois dias (mais um, dada a simultaneidade com a segunda-feira, dia 12) e registou um aumento de afluência do público, com muita gente, especialmente, na noite do dia 14.
A tradicional feira centenária mantém as suas caraterísticas, mas tem vindo a perder fulgor nas últimas décadas.
Roupa e calçado, bijuteria e perfumes, artigos utilitários e guloseimas (entre as quais, claro, as farturas, o algodão doce e as pipocas) são comuns todos os anos. Em termos de carrosséis, eram quatro este ano, incluindo os carrinhos de choque. A oferta complementa-se com comida, entre a comida rápida, o pão feito na hora, a fruta ou os queijos e enchidos e, claro, as cavacas e beijinhos. Participaram, no total, 55 vendedores.
Este ano a feira não apresentou melhorias nem novidades. Se no último ano a aposta foi na animação, e não resultou, nesta edição foi um regresso ao que era.
O recinto tem vindo a sofrer melhorias, mas também é certo que a autarquia pretende alterar a localização da feira para a zona dos Texugos.
Muitos dos vendedores que encontramos na Feira do 15 de Agosto das Caldas são os mesmos, ano após ano. São já caras conhecidas da maioria dos caldenses.
António Catarino, por exemplo, vem vender o seu produto local e nacional na feira há largos anos. O seu calçado já tem uma procura específica, mas também ele sentiu que a feira esteve este ano melhor, com mais público e maior volume de negócios.
“É uma feira centenária, visitada por muita gente”, afirma António Catarino, acrescentando que “tanto hoje, dia 15, como ontem à noite, as ruas da feira estavam cheias”, fez notar.
António Catarino diz que os vendedores e a organização estão unidos para encontrar o melhor caminho para voltar a tornar a Feira do 15 de Agosto num evento dinâmico e atrativo.
Em conversa, depois de repor as energias com um almoço rápido e um café, partilha as dificuldades desta vida. É que, no dia 14, começou a trabalhar às cinco da manhã e esteve até à meia-noite a vender. Depois dormiu na carrinha estacionada no recinto e, de manhã, voltou a vender, durante todo o dia 15, até desmontar e arrancar, por volta da uma hora da madrugada.
António Catarino considera que a melhoria das condições para feirantes e público é uma necessidade para que o 15 de agosto seja reavivado nas Caldas. A mudança para a zona dos Texugos, diz, “é benéfica porque as condições serão melhores. Na nossa zona ainda há feira em terra batida, mas no Norte isso já não acontece e faz muita diferença”. Além disso, aponta, a questão da iluminação é fundamental.
A passear pela Feira do 15 de Agosto com a sua esposa está o obidense Ivo Braz, que costuma vir todos os anos espreitar o evento. “Está muito completa e muito composta hoje, com muito pessoal também a comprar e a passear pela feira”, notou. “A feira perdeu alguma força, mas acho que este ano já animou outra vez, vamos ver se continua”, atira, esperançado, Ivo Braz.
Das suas memórias, de outros tempos e de outras localizações, recorda “quando tinha 16 ou 17 anos e existia o poço e a esfera da morte, com motas, que eu adorava ver”. Ivo Braz ainda experimentou andar de mota na esfera, numa brincadeira, “mas só cá por baixo a dar umas voltas para experimentar”, partilhou. Na feira também “gostava de andar nos carrosséis”.
O presidente da Câmara das Caldas, Vítor Marques, salientou que “apesar do vento sentido na noite de 14 de agosto, o público encheu o recinto, procurando aproveitar a grande variedade de produtos apresentados”.