A obra de reabilitação da muralha do castelo de Óbidos foi adjudicada no passado dia 10 de Março à empresa Augusto de Oliveira Ferreira e Cª Lda., que terá agora um prazo de 365 dias para a concretizar. A intervenção representa um investimento superior a 836 mil euros para resolver problemas estruturais em cerca de um quilómetro daquele património nacional.
O projecto prevê a regularização do topo dos muros da muralha (adarve ou caminho de ronda), bem como dos “paramentos verticais em zonas onde haja deficiências construtivas e lacunas de materiais pétreos e argamassas”, refere a memória descritiva do projecto. A obra prevê ainda o tratamento de fissuras em escadas de acesso.
Na Porta da Vila, para além do tratamento das fissuras e infiltrações, também será restaurada a azulejaria, pintura mural, pedra, ferros e talha, ali existentes. Já na Igreja de Santa Maria será realizada uma “conservação preventiva, curativa e restauro do portal, que se encontra em elevado estado de degradação” e na Porta da Senhora da Graça serão tratadas as fissuras e infiltrações e restaurada a cobertura da capela.
No Postigo de Baixo a empresa irá “avaliar a origem das patologias e deformações da muralha, considerando a extensão das fissuras e seus desenvolvimentos nos últimos anos”, refere o documento. Está ainda prevista a regularização do muro de suporte no Miradouro da Pousada e intervenção na Torre do Facho.
A intervenção prevê também a limpeza da vegetação em redor da muralha e castelo, assim como a reparação dos candeeiros e braços de suporte em ferro e dos respectivos sistemas eléctricos. Após a obra será reforçada a sinalética que alerta para os perigos de circular no adarve de onde já se registaram algumas quedas de turistas.
A obra foi adjudicada por 836 mil euros, no âmbito de uma candidatura feita pela Câmara de Óbidos a fundos comunitários, que asseguram uma comparticipação de 85%.
Jorge Oliveira, director da obra, explicou que será criado um estaleiro no centro da vila e outros mais pequenos, de apoio, situados perto da Pousada, da Câmara e da Torre do Facho. Haverá, contudo, a preocupação de os colocar nas zonas de menor afluxo de visitantes.
Esta intervenção insere-se na estratégia de Óbidos de preservação do património e reabilitação urbana, que tem por objectivo a fixação das pessoas e a preservação da identidade. No anterior mandato foram caiados os edifícios públicos e estabelecido um protocolo com a Fábrica da Igreja para as caiações no património eclesiástico.