Acrotramp voltou a trazer às Caldas o que de melhor se faz nos trampolins e na acrobática
E se uma nave extraterrestre descesse à Terra e visitasse os cinco continentes, no final, que mensagem deixaria aos terráqueos? Este foi o exercício que os cerca de 200 atletas do Acrotramp Clube das Caldas fizeram no 32º Festival Internacional de Ginástica das Caldas da Rainha, num espetáculo muito colorido e que trouxe, como é hábito, muita e boa ginástica às Caldas da Rainha, campeões mundiais incluídos.
O festival começou com um estridente som de uma nave espacial a descer ao Pavilhão Rainha Dona Leonor e dele saiu um pequeno ser verde, Oiléts (anagrama de Stélio). Jeni Lage, filha de Stélio Lage e Margarida Alexandra, técnicos e responsáveis pelo Acrotramp, foi quem recebeu o ser alienígena e que o guiou por uma visita à volta do mundo, para dar a conhecer o nosso planeta.
Este foi o mote para um espetáculo construído à volta dos continentes e sua cultura, com esquemas bem pensados e melhor executados pelos jovens, desde os mais pequenitos, a partir dos três anos, até aos adolescentes e classes de competição.
Cada visita a um novo continente teve uma introdução por 28 bailarinas do grupo caldense Superflash, convidado especial da noite. “Foi um desafio que nos foi lançado pelo professor Stélio. Trouxemos três coreografias novas que criámos especialmente para este festival, dentro daquilo que fazemos, que são os musicais, enquadrando os temas dos cinco continentes, e outros dois que já temos no nosso reportório”, explicou Sónia Luís, para quem estas parcerias entre instituições caldenses é muito positiva. “Foi a primeira vez que aqui estivemos, o Acrotramp esteve connosco nos nossos 20 anos”, disse, acrescentando que a presença permitiu também mostrar o trabalho do grupo a um público diferente, “porque apesar de termos comemorado 25 anos, muita gente nas Caldas da Rainha ainda não conhece o nosso trabalho”.
Na despedida, Oiléts disse que gostou do que viu, das diferentes culturas e paisagens, mas alertou sobre outras coisas que não gostou, como as guerras, os problemas sociais, o consumo excessivo dos recursos e o desrespeito pelo meio ambiente. “Tentamos sempre inovar, com um tema diferente, tentando integrar a ginástica com temas atuais e com mensagens para quem assiste”, disse Margarida Alexandra sobre o tema do festival.
Presença mais assídua no festival do Acrotramp é Luís Nunes, antigo ginasta e agora técnico do Lisboa Ginásio Clube, que esteve em quase todas as 32 edições e não tem dúvidas de que é este tipo de espetáculo que contribui para o crescimento da modalidade. “É muito importante. O Stélio tem uma boa visão de como pode desenvolver a ginástica e está a trabalhar muito bem”, considera. Para os seus ginastas, Luís Nunes diz que a vinda às Caldas “é uma festa. É um público especial, eles gostam de vir cá e é com prazer que voltamos sempre”, destacando o ambiente descontraído e mais de desafio que se vive no festival em contraste com a maior pressão de uma competição.
Após as apresentações dos esquemas e os saltos dos ginastas da casa, foram os convidados que tomaram conta do praticável e dos trampolins. E neste campo não pode haver destaques, porque o nível foi elevadíssimo. Desde os quatro conjuntos de ginástica acrobática que se apresentaram ao público caldense, todos com presença garantida no campeonato do mundo da disciplina, como nos aparelhos, nos quais se apresentaram ao público campeões da europa e do mundo individuais e por equipas, absolutos e por idades, assim como ginastas enquadrados nas esperanças olímpicas. “Juntar um conjunto de atletas com este nível técnico é raríssimo”, sustentou Stélio Lage na apresentação dos ginastas.
Durante o espetáculo, o Acrotramp homenageou os ginastas que se sagraram este ano campeões nacionais e também os que terminam o seu percurso. Andreia Berto anunciou a despedida da competição. ■