É um folheto de aspeto modesto e que passou por muitas mãos que não o trataram com muito cuidado, pois a capa apresenta uns tantos rasgões que cuidadosamente tentei disfarçar. “Portugal”, com a capa reproduzindo a imponência do Mosteiro da Batalha, é editado pela Sociedade Propaganda de Portugal, em 1916, e tem a particularidade de ser uma edição bilingue, em francês e inglês.
Com o sub título “Son climat, ses paysages e sa vie” e “Climate, landscape, Watering Places”, este exemplar poder ser considerado um moderno guia turístico.
Descreve uma viagem por todo o país, permitindo dar a conhecer ao visitante os seus principais locais de interesse turístico.
Eis o que ficamos a saber sobre as Caldas da Rainha, no idioma de Moliére:
– “A trois heurs de Lisbonne, par chemin de fer. Station thermale très fréquenteé. Bains sulfureux , douches, inhalations. Parc ombragé, espèces magnifiques. Marché de fruits très abondant. Casino, jeux sportifs et canotage. Nombreaux hôtels depuis 1$20 e repas à prix fixes. Des Caldas da Rainha, on peut faire un grand nombre d’excursions par chemin de fer, automobile et voiture”.
De seguida, passando o Canal da Mancha, no idioma de Shakespeare temos a seguinte descrição:
“Is situated at three hours’ distance from Lisbon by rail. It is a very popular inland watering place. Here are establishments for sulphurous baths and douches. There is a finely wooded park, a well-stored fruit market, a Casino, with provision for sports, games, boating, etc. There are many hotels with fixed tariffs, the prices of wich range from 1$20 per day. Many excursions may be made from here, by rail, automobile or driving”.
Passo a passo, ao longo de 62 páginas, vamos descobrindo este país que já nessa altura se oferecia ao interesse dos estrangeiros. Uma ironia relativamente à informação prestada sobre as Caldas da Rainha; onde pára esse caminho-de-ferro que à data nos permitia partir em excursões de descoberta e lazer?