Um casamento atribulado
Pego outra vez no volume que o Pires me enviou e, que por facilidade de identificação vou passar a apelidar a partir de agora de o “Diário do Pires”, e logo outro “post it” sobressai ante os meus olhos; e que diz ele?
“Querida Isabel: espero que estejas bem e de saúde. Não te quero massacrar com os meus recados, mas dado que a minha intimidade com o Rafael levou anos e anos, é do meu conhecimento factos que tu nem imaginas…
Não te poderei contar tudo, porque respeito os segredos dos meus amigos, mas quero chamar a tua atenção para o enlace matrimonial no nosso amigo. Só te digo que mais pareceu uma página desenhada por ele do que um facto real. Quem assistiu a tudo foi o Júlio Cesar Machado; pergunta-lhe, que com aquele jeito para a crónica que ele tem, ficas a saber tudo. Recebe um beijo meu, e vê lá se te animas que te acho um pouco desmilinguida. Saúde, Pires.!
Este Pires é fantástico; consegue ir sempre de encontro aos meus desejos, até parece que adivinha os meus pensamentos. É que eu estava neste preciso momento a folhear uns catálogos e deparei com uma fotografia do Rafael, menino e moço, todo aperaltado, capaz de desfazer o mais empedernido coração feminino. Eu mostro-vos: é jeitoso ou não é? Tem uns olhos doces e uma cabeleira ondulada que convida a fazer cafoné.
Bem, deixemo-nos de observações apaixonadas e vamos lá em busca das informações que o Pires nos facultou. Vou ter que investigar em que livro é que o Júlio descreve esse casamento, por isso só para a semana é que me faço de convidada. Mas palpita-me com quase toda a certeza que é no livro “ALBUM DE CARICATURAS – FRASES E ANEXINS DA LINGUA PORTUGUESA”, da autoria de Bordalo, com o prefácio é da autoria do nosso amigo Júlio César Machado, que o autor escolheu para seu padrinho de casamento.
Isabel Castanheira