Caldas e Deruta são cidades geminadas e em breve vão promover intercâmbios pois são ambas centros cerâmicos
Laura Fuccelli, a representante da cidade de Deruta, centro cerâmico italiano que é geminado com as Caldas, marcou presença na MESTRA. Em conjunto, as duas cidades apresentaram um grande projeto europeu que foi aprovado. Tem como tema a cerâmica e a mulheres e “teremos o primeiro programa de intercâmbio já em novembro”, contou a convidada.
Desta forma, 40 ceramistas – mulheres e homens – vão ter a oportunidade de visitar e de partilhar conhecimentos em Itália. Terão oportunidade de participar numa exposição que vai acolher as obras das ceramistas e que será inaugurada a 25 de novembro, feriado de Deruta.
Essa exposição, que incluirá obras de ceramistas portuguesas e italianas, virá posteriormente às Caldas.
“No futuro espero que possamos ter mais iniciativas”, disse Laura Fuccelli, que ainda confirmou a vinda de estudantes italianos do Liceu Artístico às Caldas através do programa Erasmus. A convidado adorou a Mestra. “Este parque no meio da cidade é verdadeiramente um local fantástico para o evento”, disse a consultora que se ocupa das questões internacionais e relacionamento externo da cidade de Deruta. Este centro cerâmico italiano, antes da grande crise de 2008, possuía 400 ceramistas enquanto que hoje “temos uma apenas uma centena no ativo”. Para Laura Fuccelli os intercâmbios e encontros “que proporcionem a partilha de autores e de técnicas são fundamentais”.
A MESTRA contou ainda com duas conversas, organizadas por Celeste Afonso, que foi vereadora em Óbidos e coordenadora da estratégia cultural e criativa em Leiria. A primeira decorreu no sábado e trouxe às Caldas Carlos Coelho, uma referência no país no que diz respeito à gestão das marcas. Na sua opinião, o artesanato precisa de ser valorizado e terá que refletir o preço justo. “Se demorou um ano a fazer, uma colcha em ponto de cruz, então esta não pode custar 1500 euros….terá que custar pelo menos 15 mil euros”, referiu o convidado que tem mais de três décadas na promoção de marcas como Multibanco, Tap, Delta ou CTT.
No final da conversa, José Antunes, diretor do Centro de Artes deu a conhecer que, quando as Caldas fez a sua candidatura à Unesco para ser Cidade Criativa, contava com cerca de 20 autores que trabalhavam em cerâmica. Neste momento, “já temos 150 ceramistas a trabalhar nas Caldas”.
No domingo decorreu nova conversa com Ana Cristina Mendes sobre “Crafting Europe: o Artesanato em Agenda”.