Foi assinado a 8 de Junho o protocolo entre a Câmara da Nazaré e a Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC), na presença do ministro da Cultura, Luís Castro Mendes, que dá início ao processo de requalificação do Museu Dr. Joaquim Manso e à transferência do espólio e dos funcionários para espaços da autarquia.
A requalificação deverá começar no segundo semestre deste ano e a DRCC vai investir 200 mil euros na remodelação museológica, cujo orçamento ultrapassa os 300 mil euros. O restante será assegurado pela autarquia nazarena. As actuais instalações, requalificadas, serão integradas num projecto de Álvaro Siza Vieira.
“Este protocolo mostra que a colaboração entre o Estado central e as autarquias é fundamental para o desenvolvimento da cultura”, disse o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes durante a assinatura do protocolo, de acordo com nota de imprensa da Câmara da Nazaré. O estado de conservação do equipamento cultural está na origem deste acordo. Gazeta das Caldas fez eco em vários artigos da degradação deste espaço museológico, assim como da redução da sua equipa de trabalho. Em Outubro do ano passado o museu deixou de abrir portas ao fim-de-semana por falta de funcionários.
Até à conclusão das obras de requalificação do museu, os serviços museológicos vão funcionar no 1º piso do Centro Cultural da Nazaré (antiga lota) e no prédio da Rua dos Lavradores (próximo da Av. da República, marginal norte). A transferência do espólio e dos trabalhadores para estas instalações provisórias terá início em breve, prevendo-se que as obras no museu Dr. Joaquim Manso comecem durante o segundo semestre deste ano.
Segundo o Diário de Notícias, o novo museu será construído nas instalações cedidas pela família de Joaquim Manso para esse fim e terá por base um projecto do arquitecto Álvaro Siza Vieira, que “vai agora ser reformulado para integrar as actuais instalações”, divulgou o presidente da Câmara da Nazaré, Walter Chicharro citado pelo DN.
GOVERNO INVESTE 200 MIL EUROS
O ministro Luís Filipe Castro Mendes destacou o facto da Câmara assegurar as condições para a transferências das colecções e funcionamento dos serviços técnicos. Desta forma fica salvaguardado o património e, simultaneamente será possível “colocá-lo acessível ao público, enquanto durarem as obras na sede”. Castro Mendes afirmou que a DRCC vai disponibilizar o apoio financeiro e a capacidade técnica para a elaboração do projecto de reabilitação do edifício. Para além do apoio técnico na elaboração de um caderno de encargos da intervenção de requalificação, cabe à DRCC disponibilizar 100 mil euros em 2018 e igual valor em 2019 para a obra, ficando o restante investimento a cargo da Câmara. Estima-se em mais de 300 mil euros o investimento necessário para a reabilitação do edifício, que data do início do século XX.
Celeste Amaro, directora da DRCC, mostrou a sua satisfação pelo fim de um longo processo que conduziu a este protocolo e afirmou que “está na hora de se pensar um novo Museu”, conclui a nota de imprensa.
Foi em 1976 que o Museu Dr. Joaquim Manso abriu ao público, na antiga casa de férias do escritor e jornalista fundador do Diário de Lisboa. O espaço foi doado ao Estado em 1968 para esse fim, pelo benemérito nazareno Amadeu Gaudêncio.