AF Leiria cria prémio do “saber estar no Futebol” para os clubes

0
925
- publicidade -

A Associação de Futebol de Leiria vai criar o prémio “Clube de Excelência do Saber Estar no Futebol”, a ser atribuído àquele que conseguir somar mais pontos por atitudes positivas. Para tal foi criada uma tabela classificativa, que foi apresentada numa sessão na Expoeste na noite de sexta-feira, 2 de Junho, e na qual estiveram 40 pessoas, em representação de Caldas S.C., ARECO/Coto, G.D. Peniche, Sporting da Estrada e U.A. Olho Marinho.

notícias das Caldas
Na sessão, que contou com a presença de Fernando Ferreira, estiveram 40 pessoas em representação de cinco clubes | IV

Premiar o fair-play no desporto rei é o objectivo do projecto Saber Estar no Futebol, da AFLeiria. Criada na época passada, esta iniciativa prevê a instituição de um prémio (Clube de Excelência do Saber Estar no Futebol) a ser atribuído já na próxima época à equipa que acumular mais pontos por atitudes positivas.

Para tal foi criada uma tabela que define a atribuiçao de 25 pontos por participar nas sessões, 20 por ter o embaixador do saber estar e também 20 por criar um código de conduta. Além disso, conquistar a taça de disciplina por equipa vale 10 pontos e cada cartão branco vale 5. A promoção de acções próprias vale 30 pontos.
Por oposição, cada penalização por comportamento incorrecto vale a perda de 20 pontos e ser a equipa com mais cartões faz perder 10.
A figura do embaixador do bem estar deve promover acções e sensibilizar para este tema, fazendo a ligação entre clube e AFL neste âmbito. Também no próximo ano deverá entrar em vigor um colete branco que deve ser dado ao adepto mais irrequieto para que se comporte bem durante o jogo.
No primeiro ano do projecto foram feitas três reuniões com os clubes: Leiria, Pombal e Caldas. Na primeira estiveram 25% dos clubes da zona, na segunda 23% e na terceira, na cidade termal, estiveram 48%.
No total alcançaram 32% dos clubes através, na maioria dos casos (47%) dos directores.
Carlos Martins, vice-presidente da AFLeiria, realçou que este é “um projecto inédito em Portugal” e divulgou que a FPF poderá vir a replicá-lo a nível nacional.
Esclareceu que a iniciativa começou na época passada e que a sua criação nada teve a ver com os recentes casos de agressões a árbitros. Foi criado porque na AFL se sentiu que “tinha de haver uma maior preocupação com o jovem atleta” porque começava a existir uma tendência de evolução para situações menos correctas.
Carlos Martins alertou ainda para o abandono da prática desportiva, notando que o desporto não pode ser mais um foco de pressão.
Sugeriu a criação de códigos de conduta dos clubes que são assinado pelos pais quando a criança é inscrita.
O dirigente defendeu que “os clubes têm que ser, cada vez mais, um complemento à escola, porque os atletas passam muito tempo nos clubes. Tirando o tempo que passam a dormir, do tempo activo, a maior parte é passada na escola e muitas vezes a seguir vem o clube”.
Daí que, na sua óptica, tenha “de haver uma grande ligação entre a escola, a família e o clube”.
Essa foi uma ideia partilhada por Fernando Ferreira, psicólogo e treinador, que disse que é necessário conciliar a escola com a vida desportiva, por exemplo possibilitando a realização de testes em datas diferentes. Isto realçando sempre que “o jovem atleta depende sobretudo do suporte familiar”.
“O treinador é um complemento aos pais e professores na formação do atleta”, notou, sugerindo que devem ser criadas estratégias comunicacionais adaptadas a cada idade. “Se aumentar a comunicação diminuem os problemas”, garantiu.
Ainda assim, fez questão de notar que “iniciar cedo é diferente de especializar precocemente”, porque com quatro ou cinco anos as crianças precisam é de brincar, não de competir.
No tom sempre certeiro e bem-humorado sugeriu aos directores dos clubes que coloquem os pais a jogar e os filhos na bancada a comentar e que promovam jogos entre pais e professores.
Já Manuel Nunes, presidente da AF Leiria, recordou que no início desta época foram formados 800 PCS (Pontos de Contacto de Segurança), que são pessoas que assumem a segurança dos recintos desportivos.
Chamou a atenção para a mudança na gravidade das penas relacionadas com o desporto rei, salientando que já há sentenças de prisão por agressões no futebol.
Manuel Nunes esclareceu ainda que existe actualmente uma estrutura que decide, em função de vários factores (como a proximidade entre clubes ou o histórico, entre outros), quais os jogos com policiamento e divulgou que pretendem, no próximo ano, “incluir na estrutura o Comando Distrital da GNR”.
A terminar salientou a importância destas formações porque o “trabalho meritório que é feito nos clubes não pode ser estragado por um ou dois energúmenos” externos aos mesmos.

- publicidade -