Câmara das Caldas prepara entrada de trabalhadores sazonais no concelho

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Actividade agrícola na região obriga a cuidados redobrados por parte das autoridades

Autarquia pretende reunir com os produtores de fruta e definir estratégia para implementar regras sanitárias que possibilitem o acolhimento dos trabalhadores temporários no concelho. Objectivo é permitir que as explorações mantenham a actividade e recolham a fruta das árvores, mas sem colocar em causa a saúde pública da população e minimizar risco de propagação do vírus

A Câmara Municipal das Caldas da Rainha pretende acautelar os impactos que a entrada no concelho de trabalhadores sazonais durante a época da apanha da fruta e das vindimas possam representar em termos de risco de saúde pública.
Nesse sentido, a autarquia tem estado em contacto com as Juntas de Freguesia e está a proceder à identificação de todos os produtores agrícolas que pretendam contratar trabalhadores temporários nos próximos meses.
“Vamos receber trabalhadores de outras zonas que virão para participar na apanha da fruta e nas vindimas. Por isso, estamos a iniciar um trabalho conjunto de identificação dos produtores agrícolas que vão contratar pessoas, com o intuito de preparar o acolhimento e evitar focos de propagação, que temos receio que possam surgir, por força desta mobilidade laboral”, explica o presidente da Câmara, Tinta Ferreira.
Segundo o chefe do executivo municipal, a esmagadora maioria dos casos de infecção no concelho “são importados”, daí que a autarquia pretenda precaver eventuais situações de risco com actividades sazonais.
“Os casos que temos no concelho são pessoas das Caldas que trabalham para o sul, ficam infectados e estão confinados, ou são trabalhadores que já vieram para as Caldas infectados. Todos os casos que temos tido caem nestas situações, sem prejuízo de alguma contaminação indirecta”, nota o presidente da Câmara, dando o exemplo do que sucedeu com uma estação fruteira do Bombarral.
“A fábrica de um concelho vizinho afetou mais as Caldas. Somos uma cidade que tem alojamento e recebe as pessoas que trabalham em muitos sítios”, frisa o autarca, que, contudo, não pretende fechar a porta a quem queira residir no concelho, mesmo trabalhando fora.
“Tenho algum orgulho em que a cidade das Caldas tenha capacidade de acolhimento destas pessoas. Precisamos que estas pessoas trabalhem, tenham uma vida digna. Termos capacidade de as acolher, de as confinar e de lhes dar apoio dá-me algum orgulho. Vamos ter ainda mais alguns casos, estamos certos que este processo ainda se vai arrastar, mas daqui a um pouco vamos estabilizar os números”, conclui Tinta Ferreira.