Mobilidade sustentável é uma das prioridades do Livre no distrito de Leiria

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A cabeça de lista do Livre defende a urgência da modernização da Linha do Oeste mas aponta os crónicos atrasos
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Inês Pires volta a ser a candidata do Livre por Leiria, com o objetivo de aumentar os 2,63% registados no último ano. Preocupações ambientais são um dos principais focos do partido no distrito

Quais são as prioridades do Livre para o distrito?
A mobilidade sustentável, um investimento na ferrovia, principalmente na linha do Oeste. Temos vindo a assistir a atrasos sucessivos na requalificação de Meleças até Caldas e já se prevê que, depois de 2030, haja novo atraso na modernização das Caldas para Louriçal. Defendemos a concretização da linha de alta velocidade, a passar pelo concelho de Leiria e que inclua uma estação que sirva, efetivamente, os leirienses. Estas linhas têm que estar interligadas.
Por exemplo, o passe ferroviário verde foi uma ideia do Livre e que foi adotada pelo governo do PSD-CDS.
Depois há a questão do ambiente. Lamentamos que a mata de Leiria ainda esteja bastante degradada, com espécies invasoras.

Que outras soluções para tornar o distrito mais verde?
O Livre apresentou desde o início o programa 3C- Casa, conforto e clima para haver um financiamento para a transição energética nas casas das pessoas. Com este governo, esse programa não foi renovado no Orçamento de Estado de 2025 e nós queremos voltar a colocá-lo em cima da mesa.

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E para a Lagoa de Óbidos?
Temos que arranjar uma forma mais permanente de resolver o problema do fecho da “aberta”. Aquilo que temos visto não tem sido suficiente. Tem que ser uma solução mais permanente, de forma a que as dragagens possam ocorrer, sem estar sempre dependentes de financiamento extra.

Há um ano defendeu que o novo hospital do Oeste deveria ser ou nas Caldas ou em Campelos. Mantém esta posição?
Desde que a atual ministra da Saúde tomou posse, continuamos à espera de uma localização definitiva do Hospital do Oeste. Ainda não temos uma resposta clara e transparente. E, desde essa altura, foram anunciados três hospitais e clínicas privadas para as Caldas. Temos que continuar a questionar onde é que o hospital será construído, porque precisamos de um hospital novo e o mais depressa possível. A partir dessa decisão, construir aquilo que for necessário, a infraestrutura, para garantir que os utentes tenham um acesso sustentável também através da linha do Oeste, que deve ser espinha dorsal para garantir que o hospital tenha essa acessibilidade. As duas coisas não podem estar dissociadas, a decisão deverá ter em conta a proximidade à linha.

Como resolver os problemas de acesso à habitação?
O Livre tem defendido já há bastante tempo alcançar os 10% de habitação pública com recurso aos edifícios do Estado, mas também através do PRR. Até 2026 há milhares de casas que devem ser concluídas, o que contribuirá para aumento da habitação pública, mas também teremos de investir em outras formas como na habitação cooperativa.

Que soluções em termos de política de integração?
Em relação à imigração, nós temos é de combater o tráfico humano, a imigração vai acontecer, não é através da proibição que a vamos impedir, temos é de o fazer de uma forma ordeira e em que as pessoas possam ser atendidas pela AIMA em tempo útil.

Que outras propostas têm no programa?
A questão da herança social que garante acesso a 5 mil euros quando os jovens atingem a maioridade. Será feito através da taxação das grandes riquezas e das grandes heranças.

A segurança é outro tema em foco. É um problema?
O principal problema de segurança em Portugal é a violência de género, a violência doméstica e, se nós atacarmos nessa vertente, já iremos reduzir bastante o crime violento. O Livre defende que o agressor é que deve abandonar a sua casa e ficar a família e a vítima. Portugal ainda é um país bastante seguro para se viver, a violência, a insegurança que tem sido passada não corresponde aos dados que têm sido transmitidos pela Polícia Judiciária, por exemplo, portanto, é uma insegurança artificial, percepcionada.

O Livre registou 2,63% no distrito, abaixo do resultado nacional. Como aumentar?
Os quatro deputados que o Livre tinha na Assembleia da República deram maior visibilidade ao partido e a postura que têm tido nas suas intervenções tem contribuído para aumentar a nossa popularidade. Essa postura responsável de cooperar com as forças da esquerda e com o discurso democrático é uma mais-valia que o Livre tem e, certamente, mais responsável do que temos assistido na AR por parte dos partidos da extrema-direita.

Isso leva-a acreditar que será eleita, apesar de o Livre ter sido a 6ª força mais votada no distrito?
Não podemos confiar 100% nas sondagens, mas nas últimas o Livre tem tido um crescimento considerável, o que nos coloca numa posição até competitiva a nível nacional e distrital. Se formos eleitos, será uma grande vitória, mas se não formos, continuaremos a lutar e a contribuir para a implantação do Livre, a nível local.

O que será um bom resultado?
Um bom resultado será sempre o aumento da nossa votação a nível distrital e uma maior mobilização das pessoas em torno do Livre.

Nas anteriores legislativas, o Livre assumiu-se como oposição ao crescimento da extrema-direita, mas o Chega conseguiu eleger um segundo deputado pelo distrito. Como fazer frente?
Temos que apresentar propostas que vão ao encontro às necessidades das pessoas e não resvalar para um discurso populista, que degrada as instituições democráticas e a confiança das pessoas na política. Se formos ao encontro daquilo que as pessoas precisam, se apresentarmos propostas inovadoras que possam realmente resolver as suas necessidades, essa será sempre uma forma de combater a extrema direita.

Parceria Região de Leiria / Gazeta das Caldas

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