Requalificação da frente marítima e lagunar coloca os bares junto ao areal da Foz

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A apresentação pública da projeto de requalicação do espaço decorreu no Inatel e juntou cerca de 40 pessoas

A proposta de requalificação da frente marítima e lagunar foi apresentada a 12 de junho, data do aniversário da elevação a vila. A intervenção prevê a alteração da localização dos bares e restaurantes, a criação de duas rotundas e a requalificação do cais

Os restaurantes e bares situados na Avenida do Mar, na Foz do Arelho, passarão a estar de frente para a lagoa e os carros irão circular na parte traseira desses estabelecimentos. Estas são algumas das novidades resultantes da requalificação da frente marítima e lagunar, cuja proposta de projeto foi apresentada à população, no passado dia 12 de junho, no Inatel.
Segundo o projeto, a Avenida do Mar será desviada, de modo a permitir o avanço dos restaurantes e bares, que passarão todos a ter apoio de praia, e que ficarão com 30 centímetros de elevação do chão, para ter também alguma visibilidade de praia. Os dois restaurantes, que ficarão localizados ao cimo da avenida, manterão os 220 metros quadrados de área, mais 150 metros quadrados de área de esplanada ao nível da cobertura, que terá de ser amovível.
Os quiosques voltarão a ser quatro, instalados nos locais onde se encontram atualmente. O novo “calçadão” terá entre 14 metros e 5 metros de largura (na zona mais “estrangulada”) e irá integrar uma ciclovia e outras formas de mobilidade, explicou o arquiteto Pedro Mendonça, da Inplenitus, empresa responsável pela concretização do projeto, no valor de 100 mil euros.
De acordo com o técnico, haverá bolsas de aproximação à praia, uma entrega de espaço às pessoas, transitável pedonalmente e de modo ciclável, e locais de carregamento de veículos elétricos.
O projeto prevê, ainda, que todos os apoios de praia e restaurantes possam ter uma “linguagem semelhante” e, numa perspetiva de coerência de imagem, foram desenvolvidas propostas metálicas e de madeira, com cobertura em toldos. “Terão um aspeto quase transparente, integrado na paisagem e entre todos os elementos construídos, que fazem parte de uma mesma linguagem”, explicou o arquiteto.
O projeto que está a ser preparado, será entregue à Câmara das Caldas em dossiês autónomos que permitem a construção faseada, em fase 1 e 2 (zona dos bares e zona do cais) ou a construção em conjunto.

“Os espaços terão um aspeto quase transparente, integrado na paisagem”

Pedro Mendonça (arquiteto)

“Projeto estruturante para a Foz do Arelho e
para o concelho”

Tinta Ferreira
(presidente da Câmara)

Já na zona do cais (também apelidada de Foz de baixo), será requalificada a praça e criado um parque de lazer, com parque infantil, parque de merendas, circuito de manutenção, zona de basquete, zona de parque canino, que poderá ser utilizado durante todo o ano. Serão também colocados 12 espaços destinados a pontos de venda dos mariscadores. e quatro bares. Será ainda criada uma cozinha comunitária, permitindo aos mariscadores cozinhar no local e vender os seus produtos, assim como um espaço ID da Lagoa, para valorizar os produtos endógenos e ligá-los, na sua vertente gastronómica, à Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, mas também com o ISN e a Docapesca e com o posto de turismo.
Prevê-se a existência de duas rotundas (no início e fim da Avenida do Mar) e a criação, na fase 2, de uma bolsa de estacionamento, de cerca de mil lugares, mas que não poderão ser impermeabilizados. No entanto, dos 500 lugares atualmente existentes na Avenida do Mar, com a intervenção apenas ficarão 332 lugares de estacionamento.
De acordo com o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, trata-se de uma “obra muito desejada pela população”. Parte dela resultou das autoridades do ambiente, na tentativa de libertar a zona da encosta, onde estão situados os bares, e organizar a zona dos cais.
A autarquia tem aguardado que “fosse promovida alguma iniciativa de investimento” por parte da administração central, o que não aconteceu, e percebeu que “teria de fazer o projeto para depois tentar aceder a candidaturas”, explicou. Além disso, com a descentralização das competências, o município passou a ter a tutela sobre aquele espaço.
“Há a necessidade de o Estado assumir a sua responsabilidade junto dos fundos comunitários e “exigir” que se consigam os apoios para esta obra”, concretizou o vereador com o pelouro da Reabilitação Urbana e Turismo, Hugo Oliveira.
O projeto, cuja proposta agora foi apresentada, foi adjudicado há três anos e a concretização tem sido articulada com as estruturas da administração central, em particular da Agência Portuguesa de Ambiente, de modo a que no final venha a ter o seu parecer favorável.
De fora deste projeto de intervenção fica o parque das autocaravanas. No entanto, está prevista a sua passagem para uma zona mais próxima do polidesportivo.
O presidente da Junta de Freguesia, Fernando Sousa, informou que não foi descurado o local para a instalação do parque e recordou que em oito anos este transformou-se num dos parques mais concorridos a nível nacional.