Sensação é de segurança, mas pede-se mais policiamento

0
99
José Luiz de Almeida Silva
- publicidade -

Gazeta das Caldas foi à rua medir a perceção de segurança da população e encontrou opiniões diversas

A perceção de segurança nas Caldas da Rainha divide opiniões entre os habitantes da cidade. Uma pequena recolha de opiniões na rua permitiu perceber diferentes perspetivas sobre o tema. Há quem expresse preocupação, sobretudo com a circulação à noite, e peça mais policiamento de proximidade, mas também há quem se sinta completamente seguro.
Maria Mata reside nas Caldas da Rainha há 35 anos e afirma que nunca presenciou situações preocupantes de insegurança, apesar de se ter apercebido de relatos recentes de episódios de insegurança que circularam nas redes sociais. “Até ao momento, não presenciei nada de estranho”, declarou, referindo-se às Caldas como uma cidade tranquila onde não sente medo ao circular.
Lara Maranhão, professora de Português, é natural da Nazaré, mas está a lecionar nas Caldas e também vê uma cidade segura. “A perceção que tenho é de momentos muito específicos, porque eu não circulo diariamente na cidade, vou de casa para o trabalho, mas nos poucos momentos em que circulo pela cidade, nunca senti nenhum problema de segurança”, disse. No entanto, acredita que a sensação de insegurança pode ser alimentada por discursos politizados. “Muitas vezes, trata-se de perceções instrumentalizadas, mas no meu dia a dia, nunca senti qualquer problema”, explica. A professora dá, inclusivamente, aulas em período noturno, no qual a escola tem menos pessoas, e sublinha que chega a ter turmas de adultos estrangeiros, “mas nunca me senti intimidada ou desconfortável”. “Há um alimentar de uma perceção errada, que vai contra os dados estatísticos e oficiais”, acrescenta.
Elisabete Conceição trocou Carcavelos pelas Caldas onde agora se sente muito mais segura. “Cá até ando à noite, sem ter receio… O meu marido não gosta, prefere que eu vá de carro”, disse.
Para Hudson Lins, que vive há dois anos e meio nas Caldas, a cidade é muito segura. Veio do Paraná e considera que, comparativamente ao que vivia no seu país, não sente qualquer problema. “Saio de dia e de noite e tenho uma impressão confortável”. Aliás, a segurança foi um dos motivos que o fez atravessar o Atlântico.
Enquanto alguns veem as Caldas da Rainha como um local seguro, outros acreditam que há margem para melhorias.
José Rodrigues aponta que, durante o dia, não sente insegurança, mas o cenário muda durante a noite. “A minha mulher sai do escritório à meia-noite e a essa hora não se vê ninguém na rua”, lamenta, mencionando ainda que o aumento de imigração na cidade pode estar a influenciar a sensação de insegurança. “Não sou contra os imigrantes, mas acho que, se vêm para cá, têm que cumprir as nossas regras”, defende. Para José Rodrigues, a solução passa por um maior policiamento. “Você sai à noite e não vê um polícia na rua. Fazem rondas de carro, mas deviam andar mais a pé, em proximidade, porque, se acontece alguma coisa, quando chegam aos locais, já não há nada a fazer”, critica.
Antigamente, quando havia policiamento e guardas noturnos nas Caldas, a cidade “era segura”. É a opinião de Carlos Graça, de 66 anos, que foi dono de um café próximo do hospital termal. No dia em que teve um problema de vandalismo, há uma década, “a polícia respondeu-me que não tinha carro para poder lá ir!”. Na sua opinião é preciso mais policiamento a pé na cidade, de dia e de noite. ■

- publicidade -