No nº 19 da Rua Rafael Bordalo Pinheiro, em pleno centro histórico, funciona o único hostel das Caldas da Rainha. O prédio de três andares é, parte dele, centenário e até há poucos anos atrás era destinado ao alojamento de termalistas. O encerramento do Hospital Termal veio ditar esta mudança de conceito de alojamento, mais barato e com uma óptima localização, muito a pensar nos visitantes estrangeiros, sobretudo jovens, que passam pela região.
Praticar preços acessíveis, mas possibilitando que as pessoas tenham alguma privacidade e sossego, é o objectivo desta unidade hoteleira. De acordo com o proprietário, Abel Vinagre, a ideia de transformar os três andares do prédio em alojamento local surgiu depois do fecho do Hospital Termal, há dois anos, e com a finalidade de captar um novo tipo de clientes.
Abel Vinagre, que também tem o restaurante “O Selim”, junto à Praça da Fruta, arrendou o prédio há 12 anos, inicialmente com o objectivo de o voltar a arrendar aos termalistas, mas precisamente nesse ano o Hospital Termal fechou portas, durante três anos. Durante esse período o espaço foi arrendado a imigrantes e a estudantes universitários. Com a reabertura das termas, passaram a ser os aquistas os seus novos inquilinos.
Mas, para colmatar esta “inconstância” do hospital e para alargar o âmbito da oferta, “transformou” o prédio num hostel, onde disponibiliza nove quartos com 14 camas podendo assim albergar cerca de 20 pessoas. Uma mudança que não representou um investimento significativo porque tratou-se sobretudo de incorporar e registar um conceito.
Cada andar está equipado com cozinha e pátio, que podem ser utilizados por quem está na cidade em estadias mais longas. Os quartos, espaçosos, possuem camas de casal ou individuais e, apesar de se tratar de um hostel e não de um hotel, alguns deles têm casa de banho privativa.
“Estamos preparados para receber pessoas sozinhas ou em grupo”, diz Abel Vinagre, frisando que quem ali se instala tem espaço e comodidade e que não se sentem tipo “lata de sardinha”.
Os preços variam consoante a tipologia do quarto e a quantidade de pessoas. Pode ir dos 10 euros diários para uma só pessoa partilhando um quarto, até aos 25 euros para o quarto de casal com casa de banho privativa.
Desde que funciona neste conceito, já recebeu vários estrangeiros, sobretudo vindos do norte da Europa, Itália, França e Espanha. O responsável não esconde o contentamento por ter apostado nesta forma de alojamento turístico e destaca a simpatia de quem o procura. Lembra que ainda há dias recebeu uns hóspedes que tinham reservado estadia noutro espaço na região pela internet, mas que quando lá chegaram não gostaram e que procuraram o seu hostel, tendo ficado muito satisfeitos.
“É um conceito que oferece mais liberdade às pessoas. Tem mais aquele ar familiar, que permite a todos sentirem-se à vontade”, refere à Gazeta das Caldas.
Abel Vinagre não esconde, contudo, que continua à espera que o Hospital Termal reabra, destacando que ele é a “solução para tudo” nas Caldas. “Toda a economia está, de alguma forma, ligada ao termalismo”, diz.
Por agora os interessados podem fazer as suas reservas através dos telefones divulgados na placa publicitária (262841122 ou 914528429), mas para finais de Outubro já estará um recepcionista no prédio, a prestar informações diariamente aos interessados.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt
Os 25 anos do restaurante O Selim
Especializado em cozinha regional e tradicional portuguesa, o restaurante “O Selim” comemora este ano as suas bodas de prata (25 anos). Propriedade de Abel e Adelaide Vinagre, o espaço que fica situado na Rua Parque, nº 17, encontra nos produtos da Praça da Fruta e do Peixe os ingredientes que facilitam a “frescura e qualidade” dos seus pratos. Entre eles destacam-se o Prego na Frigideira, Cozido à Portuguesa, o Frango na Púcara, o Arroz de Tamboril e o Bacalhau à Selim.
Para assinalar a data, festejada a 1 de Agosto, foi criado um espaço de armazém, por cima do restaurante, que permitiu a colocação de uma coluna de inox para tirar vinho, sangria e cerveja com pressão e disponibilizar água fresca. “Tornou-nos a vida mais facilitada”, diz o responsável.
E qual o segredo para o sucesso do restaurante? De acordo com chefe da cozinha, Adelaide Vinagre, é a “maneira como a comida é feita, assente em produtos naturais, e que faz dela uma refeição suave que deixa o cliente satisfeito”.
A capacidade do restaurante é de 30 lugares e, no futuro, poderá vir a ter mais 20 lugares.
Situado próximo da Praça da Fruta, o restaurante também se tem ressentido com as obras de regeneração urbana. “Temos pessoas que nos telefonam várias vezes a perguntar se a praça já regressou ao mesmo sítio, porque enquanto isso não acontecer eles não vêm às Caldas”, conta Abel Vinagre.