
Comboios avariados e suprimidos, atrasos superiores a uma hora, serviço alternativo de autocarros, passageiros perdidos nas estações sem transporte nem informações. É este o espectro da linha do Oeste desde que a CP retirou as automotoras espanholas 592 e recolocou ao serviço material que já tinha sido encostado para abate.
Só entre 13 e 21 de Fevereiro foram suprimidos 13 comboios na linha que serve as Caldas da Rainha.
Era previsível. Logo que, a 5 de Fevereiro, a CP retirou da linha do Oeste as automotoras 592 (que asseguravam os inter-regionais entre Caldas e Coimbra), o material que por cá ficou soçobrou. Basta avariar uma automotora e logo todo o serviço fica desorganizado, sucedendo-se as supressões e os atrasos.
Em oito dias houve pelo menos 13 supressões de comboios (parciais ou na totalidade do seu percurso), sendo o troço Caldas da Rainha – Torres Vedras – Meleças o mais afectado.
Houve um dia (16 de Fevereiro) em que foram suprimidos cinco comboios, tendo a CP sido obrigada a alugar um autocarro para assegurar o serviço de dois desses comboios.
Nos restantes não houve alternativa e quem se deslocou às estações e apeadeiros para apanhar o comboio, por ali ficou durante horas sem qualquer informação de que este foi suprimido. Uma situação que é o pior que pode acontecer a uma empresa de transportes pois as pessoas perdem a confiança no sistema e acabam por procurar outras alternativas.
Um bom (mau) exemplo é o comboio 6401, que sai de madrugada de Torres Vedras para Caldas da Rainha e que foi logo suprimido no dia seguinte à CP ter retirado as automotoras menos más que circulavam no Oeste.
Desde 6 de Fevereiro este comboio foi suprimido nos dias 6, 9, 10, 13, 16, 17, 20 e 21 de Fevereiro. Acresce que já não há pessoal na maioria das estações, pelo que os pobres passageiros ficam sem qualquer informação sobre a supressão do comboio.
Para obviar a falta de material a CP foi buscar duas velhas automotoras Allan que já estavam desafectadas do serviço comercial. E não as afectou à linha do Algarve, ou à do Douro, ou à do Minho. Foi precisamente para o Oeste, que deverá ser para a CP o último reduto, uma espécie de lixeira para onde vão as automotoras que já não servem.
Questionada pela Gazeta das Caldas, a empresa respondeu que “para resolver este problema será reforçado o esforço de manutenção ao material em serviço na linha do Oeste, aumentando o seu índice de disponibilidade e permitindo assim evitar este tipo de situações”.






























