Depois de um interregno de um ano voltou a realizar-se na Expoeste a Feira das Actividades Económicas, que contou com pouco público e um número reduzido de expositores, mas que deixou alguns sinais que podem levar a um futuro mais promissor.
Embora as entradas fossem gratuitas (o que não permite contabilizar quantas pessoas por lá passaram) a fraca aposta na promoção da Exporegião levou a que o número de visitantes ficasse muito aquém do esperado.
Depois de uma licença sem vencimento de três anos, António Marques está de regresso à direcção da Expoeste e pretende relançar a actividade daquele espaço. O primeiro passo foi voltar a organizar a Exporegião.
“É sempre mais difícil recuperar um certame que se interrompe, mas a aposta foi ganha porque conseguimos pôr de pé a feira”, referiu. O responsável admite que a afluência de público foi fraca, “mas abriram-se de novo portas para afirmar a região em alguns sectores”.
Para António Marques é importante que exista um espaço onde se possa observar a vitalidade do tecido económico das Caldas em diversos sectores.
No total participaram 83 expositores (incluindo os que faziam parte da Feira do Emprego e Formação), um número bastante aquém dos 130 que a Exporegião já chegou a ter há alguns anos.
Segundo António Marques, o sector terciário foi o mais representado neste evento, mas há sempre algumas pequenas indústrias que escolhem a Exporegião para apresentar os seus produtos.
Para este ano o director da Expoeste já tem prevista a realização de outros eventos novos, incluindo o primeiro outlet dedicado à Caça e Pesca, em Setembro. Organizado em conjunto com um grupo de comunicação dedicado a esta temática, a feira realiza-se de 9 a 11 de Setembro, uma semana antes da abertura da época de caça.
De 29 de Outubro a 1 de Novembro realiza-se o 6º Salão do Automóvel, Motos Antigos e Peças.
Antes disso, de 5 a 15 de Agosto, a Expoeste recebe a já tradicional Festa de Verão (as tasquinhas). O principal problema para a organização é conseguir dar resposta a todas as solicitações das associações para participarem. “Cada vez que a crise aperta mais, há uma maior necessidade das associações de procurarem financiamento”, explicou António Marques. “Vamos ter que fazer um rateio do espaço e esperamos que ninguém fique descontente”, adiantou. A Expoeste tem capacidade para um máximo de 33 tasquinhas.
Para o final do ano está a ser negociado um evento especial que terá como tema o Parque Jurássico, em conjunto com Jorge Gameiro que no ano passado instalou na Expoeste a simulação de um vulcão.
No futuro poderá vir a ser recuperada a Feira da Fruta, que há seis anos deixou de se realizar. “Estamos a estudar isso”, garantiu o director da Expoeste.
Empresas esperavam mais público
No domingo à tarde, 22 de Maio, o ambiente que se vivia na Exporegião era calmo, apesar de normalmente ser a altura com mais movimento nestas feiras. Alguns expositores queixavam-se disso mesmo, apesar de não se terem arrependido de estarem presentes.
Proprietário de uma empresa de lareiras e aquecimento central do Casal Pardo, registada em nome individual, Edgar Alexandre fez questão de estar representado na Exporegião para divulgar aquilo que faz.
Há 15 anos que o empresário está neste ramo, mas só em Agosto abriu o seu próprio negócio depois da empresa onde trabalhava ter falido. “Achei que não devia baixar os braços e que devia lutar”, referiu. Quase um ano depois não está arrependido da aposta. “Dentro do mercado que temos está a correr bem”, disse.
A presença na feira “não correu dentro do que previa” porque foram poucos os contactos que conseguiu fazer. “Esteve sempre pouca gente”, lamentou. No Verão passado tinha estado na Feira de São Bernardo, em Alcobaça, onde os resultados foram diferentes “porque havia muito público”.
Para Edgar Alexandre é importante que se faça mais divulgação e que criem eventos de dimensão “que façam as pessoas saírem de casa para virem cá”.
A Desentopressão – Desentupimentos Mecanizados, Domésticos e Comerciais, criada também há cerca de um ano, foi outra das empresas representadas na Exporegião. O proprietário, Rui Martins, também não estava satisfeito com os resultados porque o principal objectivo era dar a conhecer a sua actividade a potenciais clientes e “infelizmente houve pouca afluência de público”.
Rui Martins também acha que houve pouca divulgação. “Se não fosse o facto de ter sido convidado para participar como expositor, acho que nem saberia que a feira se iria realizar”, considerou.
Outra opinião tem Vítor Jardim, comercial do Grupo Fábrica, que fez um balanço positivo da participação na Exporegião. “Tem sido bom porque temos feito a divulgação das várias áreas do grupo”, adiantou. O Grupo Fábrica apostou mais na divulgação dos produtos Konica Minolta, do qual são representantes na região, mas também participaram na Emprega, com uma área dedicada aos recursos humanos.
Segundo Vítor Jardim, o primeiro dia da feira terá sido a altura em que houve mais público por causa da visita de alunos das escolas do concelho.
João Paulo Lopes, electricista das Caldas da Rainha, gostou da feira “porque faz uma apresentação das actividades económicas que existem nas Caldas”. Frequentador habitual destes certames na Expoeste, não se apercebeu de grandes diferenças em relação a outros anos, apesar da crise económica. “Talvez tenha menos expositores, mas também não são muito menos”, considerou.
De São Gregório, o construtor civil Renato Santos também costuma habitualmente visitar as feiras na Expoeste. “Gosto de vir para passar o tempo e por curiosidade”, disse. Acompanhado dos filhos, elogiou o facto de haver animação e música ao vivo.
Emprega juntou várias entidades
Da Exporegião fez parte também a segunda edição da Feira de Ensino, Formação e Emprego, organizada pelo “Ponto de Ajuda”, um projecto da Misericórdia das Caldas.
A organização de um certame ligada ao ensino e emprego faz parte do plano de acção do projecto, com o objectivo de criar um espaço de divulgação e partilha de todos os recursos e ofertas existentes nesta área na região.
Segundo Sónia Almeida, coordenadora da Emprega, o certame foi dividido em várias áreas: Emprego, Ensino, Formação, Empreendedorismo e Voluntariado, com a presença de várias instituições e empresas caldenses.
A responsável disse ter ficado contente com a adesão do público, principalmente nas sessões que promoveram com temas como a orientação vocacional e o empreendedorismo social.
Fez ainda parte da Emprega a segunda parte das jornadas técnicas promovidas pelo Ponto de Ajuda. Depois dos painéis de discussão realizados em Abril no Inatel da Foz do Arelho, discutiu-se na Expoeste “A Escola e a Multiculturalidade” e a “Identificação, Acompanhamento e Encaminhamento de Situações de Risco”.
“Este ano tivemos mais público em geral e não apenas grupos de alunos das escolas”, comentou Sónia Almeida.
Venho por este meio manifestar a minha empatia para com o colega Rui Martins. É muito complicado as divulgar o trabalho das empresas de desentupimentos.
Uma profissao nobre, que muitas vezes é esquecida e desvalorizada
Salientar o trabalho de Rui Martins em prol da divulgacao da nossa actividade