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Gazeta das Caldas
Nuno Garcia

Nos dias de hoje, a atividade turística tornou-se num orgulho nacional. As receitas que gera, os empregos que cria, a regeneração urbana que provoca, ou o seu peso relevante na economia nacional, mas acima de tudo, o reconhecimento internacional obtido, faz com que sintamos esse orgulho. Somos o melhor destino turístico mundial, pela segunda vez consecutiva, galardão atribuído pelos famosos Word Travel Awards (para os mais distraídos, os óscares do Turismo).
Perguntamos muitas vezes, como foi isto possível, um país de dimensão geográfica reduzida, conseguir tal feito. Na verdade, os produtos turísticos que oferecemos serão assim tão diferentes dos nossos concorrentes? Ou será a nossa infinita e genuína capacidade de receber e acolher quem nos visita? Por que razão escolhem os turistas oriundos das mais diversas proveniências Portugal como destino de férias?
Na verdade, uns defenderão a tese que serão os nossos fatores diferenciadores, a luz, a segurança, o clima, o património endógeno ou os preços atrativos que levam os turistas a optarem por Portugal. Outros dirão que estamos a beneficiar de uma conjuntura internacional favorável e que será um ciclo com fim à vista.
Pois bem, sendo o Turismo uma atividade integrada e embora todos estes fatores, de forma inegável, tenham o seu peso no sucesso da indústria, não podemos, nem devemos, ignorar que a formação dos nossos profissionais tem sido um fator determinante no sucesso obtido.
Vivemos, hoje, num mundo onde as novas tecnologias são fundamentais no desenvolvimento do negócio, e não me refiro só à hotelaria, mas também aos transportes, agências de viagens, operadores turísticos ou empresas de animação turística. Refiro, especialmente, o incremento consistente e gradual das vendas “online”.
O Turista de hoje é mais experiente, mais exigente, mais conhecedor, mais sustentável e as suas reais expectativas são completamente diferentes das que eram há alguns anos. Na sua demanda, o Turista procura novas experiências e novas vivências. Hoje, o Turista não se limita a observar, ele quer participar….
É neste contexto de uma mudança constante de paradigma que procuramos formar os nossos profissionais, tendo sempre a noção que haverá sempre algo a melhorar nas empresas, onde a criatividade e inovação são fundamentais nos serviços prestados e na capacidade de antecipar as solicitações do cliente.
Produto e serviço são almas gémeas, são prestados em simultâneo e indissociáveis. Quantas vezes o produto consumido foi do nosso agrado, mas o serviço não? O contrário também será válido neste exercício de reflexão. Procuramos, pois, nesta permanente busca da excelência que desenvolvemos em Portugal, um binómio serviço/produto de sucesso.
Estará tudo feito? Nem por sombras. Erro crasso será “adormecer à sombra da bananeira”, a formação será contínua, independentemente das funções que cada um desempenhe na sua estrutura empresarial ou académica e haverá certamente muito por fazer nas estruturas existentes.
O Turismo é hoje um fator de coesão territorial, o interior do país, outrora com assimetrias brutais em relação às zonas do litoral, começa a ser visitado por inúmeros “curiosos” que ali descobrem as maravilhas que por lá existem, “obrigando” as autoridades locais e nacionais a desenvolverem infraestruturas que servem também as populações locais, dissipando aos poucos os “medos” do trabalho no interior, tornando Portugal um país mais uniforme em termos demográficos e sociais.
Hoje, a escola tem profissionais espalhados por todo o território nacional, alguns deles em unidades de referência mundial, outros saíram do país e fazem sucesso noutras paragens. A alegria com que vemos o seu sucesso é a verdadeira motivação de ser formador, por isso, termino como comecei escrevendo “melhor formação é melhor Turismo”.

Nuno Garcia
Formador e Coordenador da área Turismo/Operações Hoteleiras
Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste

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