O turismo do futuro – E um futuro com igualdade!

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O turismo é um dos mais relevantes sectores de atividade em Portugal e uma das principais fontes de receita, com volumes de negócio significativos e fundamentais para o desenvolvimento social.
Na EHTO-Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste o entusiasmo destes números originam um nível de exigência acrescido quando pensamos no cuidado a dar à forma como essa indústria beneficiará os nossos alunos e as nossas alunas, as Pessoas – mulheres e homens – que estamos a ajudar a formar e que sabemos que em breve irão integrar um mercado de trabalho, rigoroso e competitivo. E por isso, estamos a dar particular atenção à relação entre a igualdade de oportunidades, entre homens e mulheres, no mercado de trabalho do turismo.
Sabendo que a hotelaria e os investidores da indústria turística estão apreensivos com o que designam como “a carência de recursos humanos habilitados”, na Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste tentamos garantir que o nosso contributo na formação das “nossas” Pessoas colaborará para a inversão desse paradigma – que muitos qualificam como dificultador do desenvolvimento do setor – mas também desejamos que as oportunidades e os desafios do turismo sejam vividos com igualdade e equidade tanto para mulheres como para homens. Porque desejamos que os nossos alunos e alunas, futuros profissionais a entrar no mercado de trabalho, venham a ter as mesmas oportunidades, independentemente do seu sexo, e que consigam contrariar alguns dos preconceitos e estereótipos que existem nesta área de atividade que elegeram incorporar.
“Não há profissões para homens e profissões para mulheres. As profissões são para pessoas.” Esta foi uma campanha de divulgação que a CITE-Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego promoveu em março de 2019. E uns meses depois, na EHTO, quisemos colocar em prática essa premissa. Começámos a debater e a conversar sobre a discriminação de género no turismo, já que existem ofícios, cargos e tarefas – no setor do turismo – que sabemos estarem estereotipados e que há preconceitos que estão incorporados na rotina diária de um negócio turístico.
A nós, na Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, parece-nos que a questão do género é somente um jogo de contraditórios! Analisemos… Quem executa melhor as tarefas de limpeza? Quem sabe fazer melhor camas ou servir à mesa? Quem cozinha melhor? Quem arruma melhor? E quem melhor controla recursos e procedimentos? Quem consegue tomar decisões mais eficazes? Quem é mais competente? Quem menos falta ao trabalho? Quem estará mais apto/a para as funções de gestão ou de trabalho por turnos?
No fundo, quem contribuiu mais para o progresso de um negócio turístico? As Pessoas! Assim, todas as mulheres e todos os homens, merecem as mesmas oportunidades de carreira. Sendo que, a questão do género não deverá jamais sobrepor-se ao mérito, à competência e ao conhecimento. Mas sabemos que, infeliz e injustamente, há áreas que são consecutivamente negadas às mulheres e que há tarefas que são, naturalmente, associadas às mulheres e menos aos homens (por estarem referenciadas como domésticas e, na esfera privada, é à mulher que tradicionalmente compete a chamada “lida da casa” ou o acompanhamento de dependentes e ascendentes?)
Maior igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho é um elemento essencial para um turismo sustentável. Mas a Gazeta das Caldas noticiou, num artigo publicado a 25 de outubro de 2019 e a propósito de um debate promovido na 5ª edição do FOLIO-Festival Literário Internacional de Óbidos – pela nossa escola, pela CITE e pela Obidos.com -, que as “mulheres têm que trabalhar mais 54 dias por ano para ganhar o mesmo que os homens” e que em “Portugal as mulheres ganham, em média, menos 14,8% do que os homens e quando se fala em cargos de chefia essa disparidade atinge os 26%”.
A perspetiva do género é pertinente em termos teóricos, de desenvolvimento social e na prática do turismo! E no espaço da nossa Escola há que educar, orientar, exemplificar boas-práticas e contribuir para suprimir estereótipos e preconceitos preestabelecidos. Queremos que, tanto alunas como alunos, tenham liberdade para escolher o que ambicionam ser, em termos profissionais, que compreendam que o uso que fazem do “seu tempo” e que a conciliação da vida familiar com a atividade profissional devem ser autónomas de serem homens ou mulheres. Porque todas as Pessoas merecem as mesmas oportunidades!

Madalena Rodrigues
Formadora da disciplina de Gestão de Projeto
Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste

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