As opiniões da Gazeta e as opções do PCP

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A propósito da apreciação da coluna «A Semana do Zé Povinho» sobre a Assembleia Municipal Jovem, publicada na edição da Gazeta das Caldas de 29/04/2016, entende o PCP dever pronunciar-se, acreditando que não precisará para isso de invocar o direito de resposta ou a Lei de Imprensa e confiando que o presente esclarecimento merecerá acolhimento favorável e visibilidade correspondente. Parecendo não só tomar para si as dores alheias mas também confundir a nuvem por Juno, a Gazeta discorda da ausência de representantes da JCP (bem como da JS e do MVC) na iniciativa promovida pela Assembleia Municipal. Está no seu pleno direito. Porém, a Comunicação Social, apesar de conhecida como 4º Poder, tem que se conformar com a ideia de que até essa tão badalada força tem limites. Desde logo, éticos e deontológicos. Neste caso, a Gazeta não se fica por uma avaliação crítica. Não; ao escrever que «não desculpa esta falta, qualquer que seja a razão invocada», a Gazeta condena. Sem apelo e com agravo. E ao contrário de outros, preocupadíssimos com os réditos da boa Imprensa, o PCP, mesmo que tenha que ir contra a corrente, não abdica da sua independência e dos seus pontos de vista para, tal como a Gazeta deseja, «mostrar divergências e apresentar alternativas, criando novas propostas e outras formas de resolver as questões». Agora o que o PCP não está disposto a caucionar com a sua presença é que, num programa rotineiro de comemorações do 25 de Abril, ao qual, como prova de manifesto desinteresse e desvalorização, desde há muito o executivo municipal retirou a dignidade de uma sessão oficial, o expoente máximo seja obtido num arremedo de Assembleia, com propostas de brincadeira apresentadas por deputados a fingir, oriundos das Juventudes partidárias, num simulacro de democracia. Deixamos pois os Jotas, confortáveis (ou não) na sua conversa de família. Outra seria a nossa posição se se tratasse, por exemplo, de aprofundar e alargar a mobilização dos jovens alunos das escolas, sensibilizando-os para os valores da Liberdade afirmada face à censura, à repressão política e social e à guerra. Porém pode a Gazeta ficar certa de que, tal como refere, o PCP nunca deixou de se bater pelas suas ideias e com elas marcar diferenças. É o que faz já há 95 anos, em todos os sítios, dos mais institucionais aos mais ermos, onde os interesses e as aspirações populares se fazem sentir. Como diz a conhecida palavra de ordem: A luta continua! Nos locais de trabalho e na rua… PCP – Caldas