Exercício e Oncologia

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Vítor Ilharco
Personal Trainer

O exercício físico tem um papel essencial no contexto da oncologia. Apenas 10% dos cancros são hereditários, enquanto cerca de 40% podem ser evitados com mudanças no estilo de vida, incluindo a prática regular de atividade física.
Durante o tratamento oncológico, a perda de massa muscular é um problema comum e está associada a um aumento do risco de complicações e mortalidade. Neste sentido, os exercícios de força revelam-se fundamentais para combater essa perda, bem como da massa óssea, provocada pela quimioterapia. Esta prática contribui também para um aumento da força e da função física, melhorando significativamente a qualidade de vida.
Estudos mostram que pessoas com cancro que mantêm uma maior força muscular ou aptidão cardiorrespiratória registam uma redução de 31 a 46% no risco de morte por todas as causas. Estas capacidades são fatores determinantes na previsão da mortalidade em doentes oncológicos, sobretudo em estádios avançados da doença. Mesmo em pessoas com metástases ósseas, os exercícios de baixo impacto, devidamente supervisionados, podem fortalecer os músculos e reduzir o risco de quedas.
O exercício pode também ser um forte aliado na saúde mental. Os doentes oncológicos poderão ter uma grande propensão para sintomas de ansiedade e depressão. Nas recomendações da ASCO (sociedade americana de oncologia) encontram-se terapias integrativas como o yoga.
No entanto, persiste um problema. Mais de 30% dos profissionais de saúde não abordam os benefícios do exercício no cancro. Tal pode ser justificado porque a ciência até há uns anos defendia que um doente oncológico deveria resguardar-se e despender a menor energia possível e também pela falta de conhecimento médico sobre prescrição, bem como falta de confiança nos profissionais de exercício, havendo poucos com conhecimento adequado para intervir nesta população.
No mesmo sentido, apenas 4% dos sobreviventes de cancro aderem a um estilo de vida saudável (atividade física, maior consumo de frutas e vegetais e corte na ingestão de álcool).
A mensagem é clara, fazer exercício reduz os efeitos secundários do tratamento, melhora a qualidade de vida e aumenta a sobrevivência. Se é doente oncológico, procure apoio especializado e lembre-se que fazer exercício é muito mais seguro do que não fazer. ■

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