A semana do Zé Povinho

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Zé Povinho tem uma relação de estima e amizade com o professor João Bonifácio Serra, que há mais de quatro décadas persegue, estuda e interpreta o seu criador, Rafael Bordalo Pinheiro, bem como toda história da cerâmica caldense e não só.
Para além deste centro de interesse da sua vida académica e científica, o professor Bonifácio Serra dedicou-se à história da Portugal e das instituições do século XIX até aos nossos dias, bem como a uma outra dimensão que lhe foi muito querida da História Local, cujos resultados estão testemunhados em várias entidades criadas na cidade termal, como a Associação Património Histórico, de onde têm emanado muitos outros projectos.
Igualmente em relação às Caldas da Rainha também a sua acção na criação da Escola Superior das Artes e Design, que também teve a designação da Escola Superior de Tecnologia, Gestão, Arte e Design, foi muito importante.
À sua vida pública bem preenchida, e que se omite grande parte por razões de economia de espaço, com excepção das funções que exerceu na Presidência da República durante os mandados do Presidente Jorge Sampaio, juntou-lhe um intensa enorme currículo.
Na atividade local teve durante muitos anos nas páginas da Gazeta das Caldas o seu testemunho, desde muito jovem, tendo colaborado e assumido responsabilidades editoriais em publicações variadas, como em certos eventos como um marcante da comemoração do Centenário do Nascimento do caldense Raul Proença, que trouxe às Caldas da Rainha insignes dirigentes do Estado português, Presidente da República, Primeiro-Ministro, ministros etc, como das principais instituições culturais onde se encontrava o Presidente da Fundação Gulbenkian, Dr. Azeredo Perdigão, que foi companheiro na juventude do homenageado.
Zé Povinho cumprimenta o Prof. João Serra e felicita-o neste momento da jubilação, em que apresentou mais uma obra de referência de outro ceramista caldense de grande importância para as Caldas da Rainha Luís Ferreira da Silva.

Zé Povinho não sabe ainda se haverá no Dia da Cidade uma festa rija para assinalar a reabertura das termas das Caldas (ainda que, na verdade, se trate apenas da secção de inalações do Balneário Novo), eventualmente até com presença ministerial.
Mas a 48 horas do 15 de Maio (dia de encerramento desta edição da Gazeta), o Ministério da Saúde mantinha um inusitado silêncio sobre o licenciamento das termas, a cargo da Direcção Geral da Saúde.
A Câmara das Caldas diz que tem a papelada em dia e que está tudo prontinho e limpinho para começar a exploração termal.
A que se deve, então, o silêncio do Ministério da Saúde? O que faltará para conceder a almejada licença que a Câmara das Caldas tanto deseja? Razões técnicas? Inconformidades? Ou é a burocracia da Direcção Geral de Saúde às voltas consigo mesma?
Zé Povinho desconhece. Mas ocorre-lhe também perguntar – colocando as dúvidas a um outro nível – que razões políticas poderiam existir para o Ministério da Saúde boicotar a reabertura das termas? Ou para manter um suspense tão grande e, à última da hora, fazer um show off com a própria ministra a aparecer em apoteose nas Caldas da Rainha? O PS local ficaria satisfeito. E o PSD também.
O que não está certo, o que levanta as maiores dúvidas e suspeitas, é este silêncio do Ministério da Saúde sobre o licenciamento das termas. Um silêncio que fica mal a um partido – o PS – que, quando está na oposição, acena com os princípios da transparência, para logo os ignorar quando está no governo.
A ministra da Saúde, Dra. Marta Temido, enredada como está com os graves problemas do sector, pode até nem saber o que se passa com os licenciamentos da Direcção Geral de Saúde. E estará muito certa se considerar que não são os municípios que ditam as datas desses licenciamentos. Mas não pode acantonar-se numa postura ausente e pouco transparente. A senhora ministra deve explicações.

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