com maior permanência através de acordos com agências de viagens de recetivo (incoming) trará mais pessoas e atividade comercial para as terras.
Mas o verdadeiro crescimento, o tal que contraria o perigo de desertificação fora dos grandes centros urbanos, só é conseguido com novos habitantes em idade ativa. Estes só acorrerão atraídos por atividades profissionais estáveis, razoavelmente remuneradas e com expectativas de reconhecimento e progressão. Algo parecido com o que têm os funcionários públicos, mas sem a descriminação das 35h de trabalho semanais e a garantia para a vida…
Assim se inicia um novo ciclo virtuoso de vitalidade local, evoluindo para mais famílias, mais nascimentos, criação de laços sociais, hábitos culturais e consumo e tantos outros desafios das terras com vida.
Ciclo que evolui a seguir por si próprio, naturalmente, atraindo mais e mais gente e criando uma moda e vontade de seguir o exemplo.
Estando a maior parte das empresas da região a precisar de colaboradores, como ficou bem claro no recente Congresso Empresarial do Oeste, seria interessante saber porquê.
Ora bem: grandes empresas âncora são desejadas e cortejadas por todo o mundo e a concorrência entre as várias regiões para as atrair, mesmo dentro da União Europeia e entre parceiros é naturalmente enorme!
Há uma série de fatores que contam muito para além das acessibilidades, existência de pessoas tecnicamente preparadas cedência de terrenos a preço especial ou mesmo benefícios fiscais.
Penso que a estabilidade do quadro legislativo, a rapidez de decisão, poucos interlocutores e o mínimo de burocracia possível são os fatores chave e
fundamentais para atrair o tipo de empresários que interessam, disponíveis para esperar resultados a médio e até longo prazo e com uma cara.
Com tantos portugueses qualificados em dificuldades na Venezuela e com vontade de regressar a Portugal, não seria possível às entidades competentes organizar pontes de apoio com burocracia zero e ao tecido associativo colocar rapidamente esses profissionais em contacto com as empresas com vantagens mútuas e quase imediatas?
O MNE já está nessa onda facilitadora, o que é de saudar, e não somos só bons a organizar Web Summits…
Hipótese a desenvolver rapidamente?
Além da entreajuda que se impõe é sempre o tal “ambiente amigo da atividade económica” no qual, na AIRO há muito insistimos e tentamos ajudar a criar com as nossas atitudes e ações.
Sem ele é mais difícil às empresas, existentes ou a criar, terem o sucesso desejado, criando valor e mais vida na região.
Refira-se que ainda que com impacto menor, mas com somatório sempre significativo, é sempre bom quando as PMEs existentes alargam a sua atividade a novos produtos e serviços.
Com a Inovação de que tanto se fala.
Começando pela ligação (na prática e não só no discurso) dos alunos formados nas escolas da região com o mesmo espírito fazedor, continuando por procurar entre os seus pares com idêntico posicionamento “parcerias” de produtos atrativos para competir e participar em Feiras Internacionais.
Quando se pensa em algo novo, pelo menos no âmbito da Europa e após a devida pesquisa, é natural o desânimo… parece que já tudo está inventado e a ser feito algures. E que só criando novas necessidades ou uma moda forte (com todo o investimento em publicidade e divulgação que isso significa) isso é viável.
Será mesmo? Aqui fica um apelo aberto começando pelos leitores do “Olhar e Ver”: novas ideias para quem tem gosto e possibilidade de fazer”. Tudo o que se faz pode ser feito de outra maneira – e melhor.