As contradições da DECO

0
555
- publicidade -

Sou inundado frequentemente por publicidade para me tornar sócio de um grupo.
Tudo seria normal, se se tratasse de uma dessas organizações de esquemas em pirâmide.
Porém (pasme-se!), trata-se da DECO!
Isso mesmo: a Associação Para a Defesa dos Consumidores, a tal que critica e condena constantemente a publicidade agressiva e “sedutora” das empresas…

A minha caixa de correio e da minha mulher é inundada de publicidade, tal como a de E-mail. Telefonam-nos para casa. Já o fizeram a um sábado, cerca das 13h30m, na hora de almoço… Nem o tempo de convívio e privacidade da família respeitam!
Desta vez enviaram à minha mulher uma carta recheada de prospectos muito atractivos, bonitos e coloridos em que oferecem a quem se tornar sócio da DECO:
1º Um sorteio no valor de 20.000 euros (começam por escrever no primeiro parágrafo da carta, de forma sensacionalista e dando a ideia de um carácter de excepção: “Acabou de ser seleccionado para participar no grande sorteio exclusivo Proteste… “);
2º Oferecem mais uma aparelhagem musical hi-fi;
3º E ainda um medidor electrónico! Fantástico, melga! Tantos prémios!…
Não está em causa a legalidade desta forma de actuação da DECO, mas em termos éticos e exemplares não digo o mesmo.
A DECO aplica o velho ditado popular: “Faz o que eu digo, não olhes para o que eu faço… “.
Pergunto: será que a DECO necessita de recorrer a este método para captar sócios?
Segundo a imprensa, a DECO terá cerca de 400.000 sócios, que pagam anualmente 100,80 euros (8,40 euros/mês), o que equivale a uma receita anual total superior a 40 milhões de euros. É um grande negócio, se assim for.
E pensar que o Governo Guterres deu à DECO um milhão de Euros para adquirir a sua sede, no centro de Lisboa, na rua Artilharia Um.
A frase “Consumidores somos todos nós”, proferida pelo presidente dos EUA, John F. Kennedy, numa declaração ao Congresso, em 15 de Março de 1962, chamou a atenção do mundo para a necessidade de defesa dos consumidores e este dia ficou consagrado ao Dia Mundial do Consumidor.
Porque, de facto, consumidores somos todos nós (até de Associações de Defesa de Consumidores…), era bom que a DECO repensasse a sua forma de actuação no que se refere à captação de sócios porque assim,não passa de mais uma empresa cujo objectivo é captar receitas.
E poderia até acontecer que eu voltasse a ser sócio da DECO, de que fui inicialmente (nos 8.000 primeiros), mas de que me desliguei há mais de 15 anos.

- publicidade -

Inácio Capinha

NR – Gazeta das Caldas deu conhecimento desta carta à DECO para poder exercer o contraditório, mas não obteve resposta.

- publicidade -