Esta ave de rapina de médio porte é normalmente vista a sobrevoar descontraidamente sobre os caniçais, sapais, terrenos de pastagem e charneca, pode ser observado junto à foz do rio da Cal, no braço da Barrosa e na poça do Vau, junto à antiga pista de aviação do Arelho, onde habitualmente nidifica um casal.
Também conhecidos pelos nomes de Cabiçalva, Sapeiro e Tartaranha, é uma migradora de passagem e invernante pouco comum, inverna em África.
Faz o ninho no solo a coberto de caniços ou de outra vegetação palustre, com posturas de 3 a 8 ovos. Alimentam-se de aves, de pequenos mamíferos e insectos.
É uma maravilha contemplar o voo planado destas aves a caçarem.
Desde os alvores da história da humanidade que é conhecido o fascínio e admiração do homem pelas aves. As pinturas rupestres de período do Paleolítico são testemunhos deixados como prova de que, desde a Pré-história, as aves tiveram influência no modo de vida dos primeiros seres humanos, não só como fonte de alimentação, mas também nos ornamentos tribais e até no vislumbre das primeiras manifestações religiosas e espirituais, esse mistério da capacidade de voar, que decerto exerceram e influenciaram o homem.
Desde as lendas da mitologia grega de Dédalo e Ícaro, passando pelo maior génio da história Leonardo da Vinci.
Pelo sapateiro João Torto, que no dia 20 de junho de 1540, saltou da torre da Sé de Viseu com um engenho construído por si numa tentativa falhada para alcançar o céu.
Pela Passarola de Bartolomeu de Gusmão, “O Padre Voador”, tão bem descrito no romance de José Saramago no Memorial do Convento. É finalmente no Séc. XX, com o desenvolvimento industrial e tecnológico que, se dá um dos maiores saltos evolutivos para a humanidade. A Aviação!
Do pioneirismo de Otto Lilienthal, dos irmãos Wright, de todos os aviadores portugueses sobejamente conhecidos pelas proezas aéreas que realizaram, contribuindo também eles, para o desenvolvimento da aviação mundial.
No mesmo século o homem aprende a voar e consegue o feito extraordinário de ir ao espaço.
Afinal, devemos às aves, a influência para a realização de um dos sonhos mais antigos da humanidade. VOAR!
Evidentemente e salvo as devidas distâncias, também eu tenho as minhas asas, já senti a sensação da liberdade do voo livre, um sonho que acabou também marcado pela tragédia. São sensações e emoções inesquecíveis que nos marcam e nos ficam para o resto da vida.
” In Memoriam” Luis Alberto Pinto de Oliveira, Caldas da Rainha, 11/07/1959 – Évora 21/12/1991