Ninguém. Mas os constantes apelos desta sociedade mediática levam a um excesso de valorização da aparência, da imagem, do “cair em graça”. A mulher/homem ideal, o líder ideal, o colaborador ideal, a mãe ideal, o pai ideal… Em boa parte vivemos sob o peso das expetativas sobre nós se cumprirem, portanto há que fazer para parecer bem, mais e/ou melhor. Só que há uma diferença enorme entre o parecer e o ser…
O que determina o sucesso das nossas relações, dos nossos negócios, não é a aparência, mas sim a confiança. E o que está na base da confiança é a genuinidade – um atributo que não é fácil identificar nem ter. Eis algumas características de pessoas genuínas:
Não procuram (nem sugam!) atenção. Substituem a procura de atenção pela auto-confiança e principalmente pela auto-consciência. Não se vitimizam.
Não estão preocupadas em fazerem com que os outros gostem de si e sentem-se confortáveis na sua pele. Na gíria comum, não estão preocupadas em cair nas boas graças e por isso não manipulam as emoções dos outros a seu favor. Ou seja, se gostas de mim, está tudo bem. Se não gostas de mim, está tudo bem na mesma. Também não adoçam as palavras (não confundir com sincericídio – ter a mania de dizer “as verdades” fulminando e afastando tudo e todos com o que se diz e a forma como se fala). Por se sentirem confortáveis na sua pele, as pessoas genuínas não precisam de muitas coisas para se sentirem felizes – apenas os ingredientes principais: elas próprias, os ente-queridos e o trabalho.
Não são totós nem naïves. Por serem conscientes, têm por base a realidade e os factos. Conseguem facilmente saber quando as coisas não batem certo.
São coerentes e consistentes. Fazem o que dizem e não aconselhariam alguém a fazer algo que elas próprias não fizessem. Como são auto-conscientes e mantêm o contacto com as suas emoções, também são previsíveis, no bom sentido, o que gera confiança.
Não se levam demasiado a sério. O que faz com que não exagerem nas reações e, sobretudo, não se ofendam ou levem as coisas demasiado a peito.
São modestas, sem falsa modéstia. Valorizam a humildade, mas focam-se sobretudo em olhar e seguir em frente.
A genuinidade distingue, por exemplo, grandes líderes intemporais de outros que aparentemente também lideram, mas cuja ação é meramente política. Optarmos pela genuinidade pode não ser fácil, mas essa escolha traz-nos provavelmente os resultados mais significativos e importantes da nossa vida – liderdade, relações de confiança, segurança em nós próprios, perseverança e saúde mental.