Chegou o Outono

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Maria Conceição
provedora da Misericórdia das Caldas da Rainha

Segundo o calendário, terminou o Verão e, no dia 23 de setembro, teve inicio o Outono, também conhecido por equinócio do Outono.
Os dias tornam-se mais pequenos, com o anoitecer a surgir mais cedo, mesmo sem a alteração da hora para o horário de inverno.
É sempre com uma certa nostalgia que assistimos ao fim do Verão e, em muitos casos, o términus de umas merecidas férias que, só se voltarão a repetir no próximo ano.
Para muitos, é uma estação mais triste mas, para outros, como é o meu caso, uma das fases mais belas da natureza, pelas cores e pela calma que se sente no ar.
É, também, no dia 1 de outubro que se comemora o Dia Internacional do Idoso. Este dia foi instituído em 1991, pela ONU, a fim de sensibilizar as comunidades para as questões do envelhecimento e, para a necessidade imperiosa de cuidar a população idosa. Tem, também, como objetivo, lembrar das necessidades dos mais velhos, muitos deles esquecidos pela sociedade e pela família.
No período do Outono, início do Inverno, verificam-se muitos óbitos nesta faixa etária, principalmente nos mais fragilizados, que apresentam menos defesas às transições climáticas.
Portugal tem vindo a registar, nos últimos anos, uma subida na taxa de mortalidade entre a população mais idosa. Segundo o Instituto Nacional de Saúde, Dr. Ricardo Jorge, em 2022, registaram-se 6135 óbitos em excesso. Entre as possíveis causas, apontam o envelhecimento da população acima dos 65 anos, a pandemia e as temperaturas anormalmente elevadas.
Tratando-se de uma faixa etária a necessitar de muitos cuidados de saúde, é, cada vez mais preocupante a falta de resposta dos serviços públicos de saúde. Hospitais com serviço de urgência fechado ou sobrelotado, doentes nos corredores e falta de profissionais de saúde, não será a resposta mais justa e humana para quem trabalhou uma vida.
Num momento em que se fala do possível encerramento do nosso Hospital, há que questionar o Governo, se não será mais um obstáculo para aqueles que já têm tantas dificuldades no acesso à saúde.
Os hospitais devem ser construídos em território onde há população e serviços e não onde é mais conveniente politicamente.
Comemorar o Dia Internacional do Idoso, é lembrar a todos que têm responsabilidades governamentais, das necessidades desta população que, em regra, não faz manifestações e, em muitos casos, já não tem possibilidade de reclamar pelos seus direitos.
Que o Outono venha com mais esperança no futuro. ■