O Colhereiro apresenta um dos bicos mais peculiares e inconfundíveis da avifauna portuguesa e que lhe dá o nome devido à forma de espátula ou colher, também conhecido como Colhereiro-comum ou Espátula, não oferece qualquer dificuldade de identificação quando observada até mesmo por observadores inexperientes. Ave de grande porte com cerca de 80 a 90 cm de comprimento, e 115 a 130 cm de envergadura de plumagem de tom branco creme, os adultos apresentam uma poupa de penas amarelo-pálido, o bico é preto com a extremidade alaranjada quando está em fase de plumagem nupcial. Os colhereiros procuram o alimento em águas pouco profundas, em geral até aos 30 cm de profundidade, caminhando cadenciadamente em grupo, fazem passar o bico com movimentos ceifantes, através das camadas fluidas de lama. A sua dieta é composta por animais que vivem na lama ou que ali se escondem, principalmente insectos e as suas larvas, de pequenos peixes, moluscos, crustáceos, rãs, e répteis. É uma espécie migradora com movimentos dispersivos nidificante em Portugal, são vistos todos os anos na Lagoa grupos de 10 ou 12 indivíduos, a alimentarem-se nas águas rasas do Braço da Barrosa e na Foz do Rio Real. Esta foi a ave escolhida para ilustrar o folheto da primeira exposição de fotografias que fiz em 2010, a convite dos amigos Jacinto e Cecília, no espaço do Casal da Eira Branca no ano da inauguração daquele excelente espaço dedicado ao Turismo de Habitação Rural.
João Edgar
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