Como falar do Natal, sem falar do Natal…

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Dora Mendes
técnica de museu

Goste-se ou não, nesta época do ano todos somos empurrados a entrar nesta azáfama natalícia, onde o ritmo de vida se eleva ao ponto de parecer que todos os dias anteriores do ano, ainda em curso, foram poucos para o tanto que ainda temos de fazer até ao final do ano.
Trata-se do Natal, dos mil e um jantares de grupo, empresas, amigos, de preparar a ceia, o almoço, os presentes, receber a família e manter tradições a que sempre nos habituámos. Assim que termina o Natal, tudo se apressa até ao Ano Novo! É preciso fazer planos, criar objetivos, metas e acreditar que finalmente vamos concretizar aquele objetivo que andamos a adiar há anos… porque para o ano é que vai ser.
Passados estes dias, chegado o tão esperado ano novo, constatamos que tudo está na mesma… Pouco ou nada mudou. E no ano seguinte, voltamos ao mesmo.
Este padrão, de uma certa insatisfação, repete-se no nosso dia a dia. Repare-se que entramos à segunda-feira a pensar como chegar rapidamente à sexta, como se tudo o que é bom de se viver, apenas possa acontecer ao fim de semana!
Se vos trouxesse uma mensagem de Natal, diria que talvez pudéssemos parar e pensar que todos os dias têm a sua importância. Que todos os dias nos trazem a oportunidade de viver.
Lembramo-nos disso quando somos assolados por notícias tristes, como ainda aconteceu esta semana… Nesses momentos paramos e recordamos que afinal o hoje é uma bênção tão grande como o dia de ontem ou como o dia de amanhã.
E como seriamos mais felizes se não precisássemos de esperar pelo ano novo para cumprir o tal objetivo que tanto desejamos! E se o pudéssemos ter já!
Talvez possamos pedir que este Natal nos traga a capacidade de sentir o que cada dia nos traz de melhor. Que possamos pensar no que queremos sentir e experienciar, mais do que no queremos ter. Que possamos gastar tempo e estar com os que mais amamos, mais do que ter prendas ou mesas cheias de doces e outras iguarias. E que nos traga a capacidade de ser tolerantes com os outros, aceitando a diferença em cada um de nós como algo que nos torna únicos, e não como algo que está errado.
Festas felizes. ■