Competitividade: Relações entre a União Europeia, Estados Unidos da América e China

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Com o evoluir dos tempos, o que atualmente chamamos de globalização já não pode ser comparado ao ideal dos anos 90. A dinâmica global, anteriormente marcada pela interdependência cooperativa entre os países, evoluiu para uma tendência de rivalidade estratégica.

Os EUA estão focados no seu Estado, a China aumentou a sua autossuficiência e a União Europeia sofreu alterações na sua constituição – o círculo de parceiros diminuiu, – trazendo consigo instabilidade.

Os EUA retrocederam nas políticas ecológicas.

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É uma janela de oportunidades para expansão da UE nesta matéria?

O egocentrismo da nova Administração, deve ser tomado em conta, para defender a Democracia e a cooperação. Mas, as ações, palavras e tarifas não parecem promissoras.

É certo que, a China é detentora de vários mercados valiosos no comércio externo – e não só, – na cadeia de valor igualmente.

Como poderá a Europa competir com o nível de industrialização e inovação que o mercado chinês é detentor?

Bem, o Governo é altamente ativo e incentiva as empresas chinesas através de subsídios.

Precisamos de uma Europa capacitada para atingir todo o seu potencial, com a utilização dos programas de investimento, como o PRR, por exemplo.

Contudo, a visão de uma Europa refém do mercado chinês, pode ser enganosa pois é comummente necessitada.

O mercado europeu é o maior comprador e, sem ele, a China só teria o seu mercado interno.

Esta relação consegue ser agridoce, a UE aplica tarifas severas à China e vice-versa, – a solução utilizada é agir contra a concorrência desleal praticada e antever as jogadas chinesas que podem ser fatais para o nosso comércio-, como aconteceu com os painéis solares.

Para auxiliar, o Relatório Draghi, vem definir uma estratégia europeia e a importância da competitividade. Identifica assim, três áreas de ação onde a UE pode crescer sustentavelmente:

  1. Mitigar o défice existente em matéria de inovação, face aos EUA e China.
  2. Estabelecer um plano de responsabilidade mútua entre os 27 Estados-Membros para a descarbonização harmonizada.
  3. Aumentar a política de defesa e segurança ao reduzir as dependências anteriormente mencionadas.

Esta análise extensiva foi definida por Lagarde, Presidente do Banco Central Europeu como “severa, mas justa”.

Mário Draghi descreve que, não existem empresas com capitalização de mercados em 50 anos na Europa, ao contrário dos EUA que criaram 6 empresas de 1 bilião de euros no mesmo período de tempo e, “entre 2008 e 2021, cerca de 30% das empresas em fase de arranque avaliadas em mais de mil milhões de dólares transferiram a sua sede para o estrangeiro, tendo a grande maioria ido para os EUA”.

Os dados apontam que a Europa é dependente entre 75 e 90% da capacidade mundial de fabrico de processadores, por exemplo.

A Comissão Europeia afirma que, ao investir no mínimo de 750 mil milhões de euros – 4.4% do PIB da UE em 2023 -, sem prejuízo do investimento anual, conseguirá realizar os objetivos traçados por Draghi.

Será que estamos preparados para a nova realidade mundial?

Eu diria que temos todas as ferramentas para sermos bem-sucedidos. A contribuição de Portugal poderia passar pela inovação tecnológica e a utilização optimizadora do sistema aquático que temos o privilégio de ter.

Maria Oliveira, Estudante Finalista na licenciatura em administração pública no ISCSP, das Caldas da Rainha, Voluntária @ unidos.eu/pt/

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