Conversas de asas e bicos

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Gazeta das Caldas
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Conversas de Asas e Bicos é o nome desta rubrica na qual publicaremos semanalmente uma fotografia de uma ave da Lagoa de Óbidos ou da sua área envolvente. Este projecto é da autoria do caldense João Edgar Fragoso Ferreira, de 60 anos, que exerce as funções profissionais de Vigilante da Natureza, na Agência Portuguesa do Ambiente (APA) nas Caldas da Rainha.
Fotógrafo amador e auto-didacta, o autor diz que usufrui da vantagem de viver numa zona de excelência e das mais ricas do país do ponto de vista do património natural, como é a Lagoa de Óbidos, o Paul de Tornada, a Poça do Vau e outros locais importantes para a conservação de espécies e habitats.
Este projecto não pretende abordar de uma forma científica o estudo das aves, mas sim apresentar a riquíssima avifauna existente na região e despertar o interesse pelo tema da observação de aves, as quais muitas vezes passam despercebidas à maioria das pessoas. Daí o título desta rubrica se chamar Conversas de Asas e Bicos.

Garça-cinzenta ou Garça-real Ardea cinerea – (Ardea cinerea)

É a ave de grande porte que pode ser observada com relativa facilidade em todo o espelho de água da Lagoa, e a maior das Garças que nos visita. Por vezes pousadas nas bateiras ancoradas ou frequentemente nos Pinheiros-mansos que ladeiam o braço da Barrosa, no braço do Bom Sucesso na foz do Rio Real, são os melhores locais para observação desta espécie, também é conhecida pelos nomes de Galangundo, Airão e Garça-moura-europeia.
Com a sua silhueta esguia quando pousada pode atingir um metro de altura, e em voo com uma envergadura de quase dois metros curva o pescoço em forma de “S” emitem frequentemente um grasnar rouco característico. A plumagem das aves adultas é idêntica para ambos os sexos.
A Garça-real alimenta-se, em geral, em águas pouco profundas, maioritariamente durante o dia, de manhã cedo e ao entardecer. Captura principalmente peixe, mas também anfíbios, pequenos mamíferos, insectos répteis e matéria vegetal.
É uma espécie sensível sobretudo aos invernos rigorosos e causas associadas à actividade humana, como a agricultura, são as maiores causas de mortalidade destas lindíssimas aves.


João Edgar
sarabuga@gmail.com

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