Uma má experiência nas urgências do Hospital das Caldas

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Todos os dias surgem mais normas para isto e para aquilo. As empresas são obrigadas a cumprir procedimentos ora para isto ora para aquilo.
Muito bem! Com isto pretende-se que exista o máximo de qualidade para o cliente e para os funcionários e também higiene e segurança no trabalho.

Falando agora, na urgência do Hospital de Caldas da Rainha, onde necessitei de me dirigir num outro dia devido a febre alta e possível amigdalite.
Nas 5 horas que permaneci na zona da sala de espera, até ser chamada, julguei estar num país do terceiro mundo.
Como é natural estão ali pessoas doentes (inclusive eu), transportando bactérias e vírus. Entre as triagens e as demoradas entradas para a zona de consultas, todos permanecemos naquele espaço. Tossimos, fungamos, outros vomitam… O normal de quem procura um Hospital. A determinado momento senti a necessidade de procurar um daqueles frascos que contêm uma substância desinfectante, que desde a Gripe A, passou a fazer parte da “mobília” de todos os Hospitais, Clínicas e Consultórios Médicos. Não vendo nenhum, e achando que não estava a procurar bem (efeito da febre que entretanto com tanta espera estava bastante mais elevada), perguntei à senhora do “guichet” e obtive a seguinte resposta:
“Se houver está na casa de banho”.
A sensação que tive é que lhe estava a solicitar chocolates “gourmet”.
Fui em direção à casa de banho, abri a porta com o pé e vejo o chão todo molhado, urina possivelmente misturada com água… o líquido não era translúcido. Os dispensadores de sabonete vazios, talvez a água da torneira por ali já tenha propriedades iguais às do sabonete. Tentei não respirar e procurei o frasco do desinfectante para as mãos. Ele estava lá… mas vazio!
Saí com uma tristeza é uma revolta profundas.
Se as condições mínimas que permitem garantir a base dos cuidados de higiene e segurança não existem num Hospital, não aborreçam as pequenas empresas porque um extintor está colocado na parede 5 centimetros mais acima ou mais abaixo.
Prioridades!
Um local onde a exigência deveria ser máxima, mostra-se à vista de todos uma vergonha.
E já agora, será que o termómetro de ouvido e o estetoscópio que utilizaram na minha observação clínica terão sido desinfectados entre cada paciente?
Fica a questão para divagação.

Caterina Emilio

NR – Gazeta das Caldas contactou a administração do Centro Hospitalar, que nos enviou a seguinte resposta.

O Centro Hospitalar do Oeste (CHOeste) informa que, a limpeza dos vários Serviços da Unidade de Caldas da Rainha, onde se inclui Serviço de Urgência Médico-cirúrgica, é assegurada por uma entidade externa contratada para o efeito. Mais se acrescenta que, existe uma planificação dos vários momentos de limpeza que ocorrem ao longo do dia, podendo a empresa ser alertada para situações de limpeza extra sempre que se justifique.
Recorda-se que a solução antisséptica de base alcoólica (SABA) para a higienização das mãos está disponível na zona de acesso (entrada/saída) do Serviço de Urgência da Unidade de Caldas da Rainha, conforme recomendações da DGS. Acrescenta-se ainda que é recomendável, sempre que possível, a lavagem das mãos com água e sabão na casa de banho da sala de espera.
O CHOeste lamenta a situação vivenciada pela Sra. Dona Caterina Emílio, e apela ao ato de civismo que deve estar subjacente à utilização de espaços públicos, zelando por deixá-los em condições de ser utilizados por outros, ou se tal não for possível, alertar para a necessidade da sua adequada limpeza.
Quanto ao recurso ao Serviço de Urgência por motivo de doença e à sua sobrelotação, têm sido frequentes os apelos, nomeadamente nos meios de comunicação social, para o seu adequado uso – em situações de urgência –, de modo a permitir a racionalização do mesmo e a resposta adequada às verdadeiras urgências. Um serviço sobrelotado não poderá dar resposta em condições ideais.
O CHOeste reforça que a comunicação de reclamações, sugestões e/ou elogios pode ser feita através do Gabinete do Cidadão ou num dos livros de reclamações/elogios do CHOeste e que, em todos os casos, é feita uma análise individual com esclarecimentos dos factos expostos e resposta personalizada a cada um. As exposições feitas ao CHOeste constituem um contributo para a melhoria dos cuidados de saúde prestados aos utentes, através da correção das deficiências, do aproveitamento das sugestões e/ou do incentivo dos elogios.

O Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Oeste