DAS CALDAS AO OESTE | Caldas, Torres e o Oeste

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notícias das caldas
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noticias das CaldasCaldas da Rainha a norte e Torres Vedras a sul são os maiores e mais importantes centros urbanos do Oeste. A sub-região do Oeste, uma parcela da antiga Estremadura, com cerca de 360 000 habitantes e 2486 Km2, constitui um Núcleo de Unidade Territorial, para fins estatísticos, de nível 3 (NUT III), actualmente integrado na Região Centro. O futuro do Oeste depende, em larga medida, das iniciativas e liderança activa e responsável das Caldas da Rainha e Torres Vedras em termos de projectos e políticas, não só municipais mas também intermuncipais, mais articuladas e conscientes do seu impacto territorial. Sem esta consciência política e articulação intermunicipal, que se mede também pela aferição constante dos projectos e das políticas urbanas específicas das Caldas da Rainha e de Torres Vedras, a todos os níveis, não é possível desenvolver a coesão territorial e social do Oeste. Sem coesão territorial e social, é muito difícil construir a desejável internacionalização do Oeste!

Por isso, entendo que é muito negativo e preocupante para todo o Oeste o facto dos investimentos previstos para as Caldas da Rainha no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) serem muito inferiores aos investimentos de Torres Vedras. De facto, enquanto as Caldas da Rainha vai investir cerca de 6,2 milhões de euros, dos quais 5,3 milhões são comparticipados pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), Torres Vedras vai fazer um investimento de 10,9 milhões de euros, cofinanciado em 9,3 milhões. Ora, para duas cidades e concelhos de dimensão e importância equivalentes, esta disparidade de investimento é gritante e muito preocupante. Na verdade, Torres Vedras irá fazer um investimento que é quase o dobro do das Caldas da Rainha. Se as Caldas da Rainha têm um município com saúde financeira, então porque é que não investe decisivamente na melhoria do ambiente urbano tal como as outras cidades do Oeste, nomeadamente Torres Vedras? A melhoria do ambiente urbano é essencial para a fixação de novos agentes económicos, famílias e empresas, que possam dar um contributo decisivo para a diversificação da economia local.  Se as Caldas da Rainha investem pouco mais de metade do investimento de Torres Vedras, isso cria evidentemente um desequilíbrio na sua capacidade de atração e influência, prejudicando a coesão social e territorial de todo o Oeste.
Não deixa também de ser lamentável a displicência do actual presidente da Câmara Municipal e já declarado candidato autárquico pelo psd, que não parece nada preocupado com esta disparidade de investimento, tendo até declarado “não estar nada incomodado com o que os outros recebem” e que “Caldas da Rainha viu aprovadas todas as suas propostas à excepção da reabilitação da Biblioteca Municipal”. Se viu aprovadas todas as suas propostas menos uma, isso confirma de facto que houve um déficit de ambição nas propostas apresentadas no âmbito do PEDU! As Caldas da Rainha merecem muito mais e melhores investimentos! Declarou também que “tem várias candidaturas a fundos comunitários que, se forem aprovadas, totalizam cerca de 23 milhões de euros”. Mas onde é que estão essas candidaturas que os Caldenses desconhecem? Na sombra dos gabinetes autárquicos? Para quando a sua apresentação pública à luz do dia?

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