DesFRUTAr

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Gazeta das Caldas
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Está quase a terminar mais uma edição da FRUTOS e, no momento em que escrevo estas linhas, tudo indica que está a superar todas as expetativas. A organização tem sido incansável e a afluência de público tem sido extraordinária.
A unanimidade à volta deste certame, depois de tantos anos à espera do regresso da antiga Feira, é de tal forma que até os críticos do costume tiveram este ano mais dificuldade em arranjar motivos para dizer mal. E todos sabemos que é tão mais fácil dizer mal…
Este ano as críticas que ouvi consistiam em maldizer a FRUTOS porque, durante os dias em que esta decorre, as pessoas ficavam impossibilitadas de ir ao Museu José Malhoa ou andar nos barcos do lago sem pagar a entrada na feira. Nem sequer estão impedidas de o fazer. Apenas têm de entrar na Feira.
Julgo que este argumento seria mais aceitável se daí resultasse um prejuízo claro para o museu. Se a FRUTOS implicasse uma redução significativa de visitantes no museu, aí sim, na minha opinião teria de se rever a situação. No entanto, julgo que o que se passa é exatamente o contrário.

Durante estes dias passam em frente ao museu José Malhoa muitos milhares de pessoas que, se não fosse a Feira, não passariam lá. Se é certo que nem todas entrarão no museu, muitas são as que entram e muitas mais são as que ficarão com vontade de voltar às Caldas para o conhecer. Serão certamente muitas mais as pessoas que, por causa da FRUTOS, acabarão por visitar o museu, do que aquelas que apenas o queriam visitar nesta data e, pelo facto de terem de entrar na Feira, desistem de lá ir.
Não estando, portanto, em causa o enorme sucesso deste certame, convém lembrar que a principal missão de uma autarquia não passa por este tipo de organizações. A principal missão é melhorar a qualidade de vida das pessoas que residem e trabalham no município.
Tenho elogiado aqui, por diversas vezes, o desempenho do atual executivo camarário. Já escrevi que, nas Caldas da Rainha, o PSD tem este ano a possibilidade de voltar a eleger cinco vereadores. No entanto, esta minha convicção não se deve ao facto de este tipo de eventos estar a ser um sucesso que recolocou as Caldas novamente no mapa. Deve-se, isso sim, ao facto de o atual executivo liderado por Tinta Ferreira ter conseguido manter ao longo destes quatro anos o foco nas pessoas.
Mas se o principal foco são as pessoas, com a solidariedade que deve ser prestada aos mais carenciados, por forma a termos uma sociedade mais justa e equitativa, também é verdade que as pessoas não são números. As pessoas, os caldenses, também têm direito a ter os seus momentos de distração. O lazer também faz parte da vida. Quando estes momentos podem resultar de um certame que se dedica principalmente à mostra, ao desenvolvimento e à afirmação de uma atividade económica tão cara à nossa região, como é a agricultura em geral e a fruticultura em particular, então temos o casamento perfeito.
A todos os que insistem em preferir ver o lado negro da vida, o copo meio vazio, que estão tão rotinados em dizer mal que já não conseguem ver as coisas boas que acontecem na sua terra, a esses apenas se pode desejar que, mais tarde ou mais cedo, aprendam a desFRUTAr.

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