Celebram-se 50 anos da instituição, por parte das Nações Unidas (ONU), do Dia Internacional da Mulher. Ao longo deste tempo têm vindo a registar-se inegáveis conquistas nos direitos, nomeadamente ao nível da educação, trabalho e na emancipação da mulher. No entanto, a realidade por vezes mostra-nos uma outra faceta de ser mulher: a das desigualdades profissionais e da disparidade salarial, as tarefas domésticas e o trabalho não pago e ainda a violência doméstica, da qual são as principais vítimas.
Para assinalar a data, nesta edição da Gazeta das Caldas fazemos um apontamento desse “lado negro”, mas também damos a conhecer mulheres que se destacam na cultura, saúde, ciência e na coragem com que se propõem a enfrentar desafios, seja a pedalar pela Europa ou a vingar em profissões ocupadas essencialmente por homens. Constança Bettencourt, que assina C’ Marie, faz, na nossa primeira página, uma ode à Mulher, destacando a garra, coragem e resiliência que as caracteriza.
Na mensagem que divulgou no Dia da Mulher, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lembra que “quando as portas da igualdade de oportunidades se abrem às mulheres e às meninas, todos ganham”. Mas também deixa o alerta: “da resistência à reversão, os direitos humanos das mulheres estão sob ataque”, lembrando “horrores antigos” mas também novas ameaças como algoritmos tendenciosos, que programam desigualdades nos espaços digitais e fomentam a misoginia. Meio século volvido é aqui que estamos, com parte do caminho feito mas muito mais (e novos) obstáculos para ultrapassar.
































