O Frango-d’água é uma das espécies mais discretas e de difícil observação da nossa avifauna, dado ao seu comportamento e hábitos furtivos, movendo-se rapidamente entre a vegetação densa, juncais, caniçais ou tabuais, que raramente abandona, daí os nomes populares de Fura-mato, Pita d’erva ou Pita d’água.
Apesar das cores garridas dos machos, sobretudo em plumagem nupcial, é mais fácil de ouvir de que ser visto, quando vocaliza o seu chamamento é muito parecido com o grunhido de um suíno.
Esta espécie é residente na Lagoa de Óbidos e no Paúl de Tornada, podendo ser observada durante todo o ano, existindo vários casais nidificantes desde o sapal junto ao rio da Cal, no braço da Barrosa, na Poça do Vau e na foz do rio Real.
A visão desta bonita ave é um gratificante troféu para observadores ou fotógrafos de aves que sejam mais pacientes.
Com cerca de 28 cm de comprimento, sendo omnívora a sua alimentação consiste basicamente em insetos aquáticos, larvas, girinos, vermes, caracóis e matéria vegetal.
Aconselho a quem se queira dedicar à prática de observação de aves, basta munir-se de uns binóculos, que não é preciso serem muito caros de início, um bom guia de campo, existem alguns no mercado como o Guia de Aves Comuns de Portugal e o Guia das Aves de Portugal e da Europa, Indiscutivelmente o melhor guia de aves até hoje publicado sobre as aves da Europa, Norte de África e Médio Oriente da Editora Assírio & Alvim. Tem toda a informação necessária para identificar qualquer espécie em qualquer época do ano.
Podem ser adquiridos através da SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves) ou nas Livrarias Bertrand.
Roupa confortável e adequada à estação do ano, de preferência de cores escuras, e claro, um pouco de paciência que será rápidamente compensada com a satisfação de uma observação, sobretudo se se tratar de uma raridade.
Boas observações!!
João Edgar
sarabuga@gmail.com