O Galeirão-comum é uma ave aquática palmípede é a espécie mais numerosa que existe na Lagoa de Óbidos, com bandos que podem atingir centenas ou até mesmo milhares de indivíduos. Ave de porte médio do tamanho de um pato, é facilmente identificável pela plumagem totalmente negra (macho) ou acinzentada (fêmea), que contrasta com o bico e a placa frontal brancos, cauda curta, patas fortes e dedos compridos e lobulados, só pode ser confundido com o Galeirão-de-crista (Fulica cristata), bastante mais raro em Portugal, embora do mesmo tamanho, distingue-se pela crista de cor vermelha e o bico tem um tom azulado.
O Rei D. Carlos I, frequentador assíduo da Lagoa de Óbidos nas suas caçadas aos Galeirões na zona da Barrosa, mais propriamente no local conhecido por Cais da Rainha, os refere no seu Catalogo Illustrado das Aves de Portugal os descrevia assim: (…)Extremamente comum na costa de Portugal e nas lagoas d’Obidos e d’Albufeira, durante o hynverno; n’estas duas lagoas, na referida epocha encontram se bandos de milhares. Criam n’estes dois pontos, mas em pequena quantidade.
(…) Em 1884 appareceram na lagoa d’Obidos em grande quantidade matando se então ahi n’um dia, em septembro, setenta e tantos.
D. Carlos foi um excelente Naturalista e Oceanógrafo é um exímio ilustrador de aves, são conhecidos os seus trabalhos de pintura a aguarela e óleo.
Um dos aspectos mais negativos neste campo, ainda decorria o século XIX quando morreram os dois últimos Quebra-ossos (também conhecido por abutre-barbudo) segundo as crónicas, ambos foram abatidos pelo rei D. Carlos em 1888, na região do Guadiana, até aos dias de hoje esta espécie nunca mais nidificou em Portugal.
João Edgar
sarabuga@gmail.com