José Luiz de Almeida Silva
Uma crise que atinge a maioria dos países do mundo é a habitação que falta, face a uma procura crescente de novos interessados, sejam candidatos jovens sejam das gerações mais maduras.
Muitas razões explicam este fenómeno, apesar do decrescimento da população em meios mais desenvolvidos, que, em contrapartida, atraem novos moradores, vindos de outros países, como no caso português, resultante da chegada de reformados que procuram clima e condições de vida, quer imigrantes procurando emprego e salário melhor.
Em contrapartida, a oferta de habitação própria entre nós, maioritariamente de origem privada, rareia e os preços são cada vez mais proibitivos, não havendo a tradição no nosso país, no último meio século, da construção cooperativa ou da oferta pública. A iniciativa privada ocupou quase todo o espaço, e o aluguer, não satisfaz a procura.
Igualmente, por desmazelo ou incapacidade económica, muita habitação antiga em edifícios no meio urbano, seja de propriedade pública ou privada, está ao abandono, não podendo ser reutilizada pelas famílias. O Alojamento Local para turista foi a alternativa encontrada, em muitos locais, para justificar a reconstrução de muitos espaços abandonados.
Caldas da Rainha está nesta encruzilhada, não havendo ninguém a pensar no problema estruturadamente, deixando ao acaso a solução deste problema. E julgamos que o problema se irá agravar com a chegada do comboio elétrico que permitirá um melhor acesso à capital. E não serão as novas leis para o uso do solo rural que irão resolver esta questão, podendo agravá-la a prazo em termos de financiamento das infraestruturas pagas por todos. ■