Sandra Santos
Diretora pedagógica
O segundo período tem uma fama que nenhum outro período letivo inveja: é o mais longo, o mais exigente e, por vezes, o mais desgastante, não começasse ele com o igualmente “gigante” mês de janeiro.
Depois de um início de ano marcado pelo entusiasmo do reencontro e pelas metas traçadas em setembro, que culmina com uma época de magia e de festas, entramos, de seguida, numa fase onde a intensidade se acumula. Os dias são curtos, o inverno torna o ambiente menos propício à energia renovada e a pressão de começarmos algo novo e melhor põe-nos à prova. É aqui que a resiliência de toda a comunidade escolar é posta à prova.
A organização por semestres pode ajudar na forma como encaramos esta fase do ano, pelo menos essa tem sido a nossa perceção, desde 2018, quando a nossa escola adotou o modelo semestral. Este novo ritmo reorganiza o calendário letivo de forma mais equilibrada, permitindo um foco mais claro na aprendizagem e na gestão do tempo. Para além disso, uma das vantagens mais evidentes é a rotatividade de algumas disciplinas entre semestres. Esta alternância não só renova o entusiasmo dos alunos, ao introduzir novas dinâmicas no início de cada semestre, como também alivia a carga pedagógica. O tempo disponível para cada disciplina permite uma abordagem mais profunda e direcionada. Para os professores, esta estrutura traz mais flexibilidade no planeamento e na intervenção pedagógica. Para os alunos, quebra a monotonia e facilita a gestão emocional, especialmente neste período tradicionalmente desafiante. Existe, sem dúvida, um equilíbrio contínuo entre desafios e pausas, com uma paragem para os alunos no início de fevereiro que ajuda nesta passagem pelos meses “mais longos” e chuvosos.
Independentemente do calendário escolar adotado, os meses mais chuvosos podem ser desafiantes para alunos e pais, exigindo uma boa dose de organização e criatividade. Uma das estratégias úteis é planear atividades que combinem o estudo com momentos de lazer em casa, tentando sempre que um dos dias do fim de semana seja “school/work free”. Já que tudo sobe em janeiro — a maior parte das vezes inexplicavelmente —, há que tirar partido da única coisa que aumenta sem custos acrescidos: o amor e o tempo em família. ■