Incongruências

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José Luiz de Almeida Silva
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José Luiz de Almeida Silva

Os mundanos (habitante do Planeta Terra), como os portugueses, passaram nesta década por acontecimentos inesperados, muitos incompreensíveis à primeira vista, mas provavelmente todos medonhos para muitos e especialmente para os menos avisados.
Não vamos falar na pandemia logo no início do ano 2020, nem das guerras na Europa ou às suas portas nos últimos três anos, mas de outro evento que deixou principalmente perplexos os Ibéricos, há uma semana, na versão “apagão”, que mostrou uma dependência insana das principais fontes das “comodidades” modernas: a energia abundante, a informação em permanência e a partilha imediata de comunicações universal.
De repente fomos confrontados com desafios impensáveis, que as contingências das tecnologias lançaram a confusão e a incerteza em milhões de pessoas, mostrando as vulnerabilidades da sociedade moderna, que ultrapassadas as dificuldades se tornaram motivo de humor e de ironia, de que todos rimos depois e quase tendemos a esquecer.
Contudo, no entretanto, ficou à descoberta como a população em geral age imediatamente, confrontada com os boatos e fakenews, as interpretações dos especialistas, as afirmações mais ou menos categóricas dos responsáveis, que uma semana depois ainda não tem confirmação.
O ocorrido faz-nos recordar o efeito da borboleta na perspetiva da teoria do caos do cientista Edward Lorenz, em que um bater de asas num lado do mundo se transforma numa grande tempestade no outro hemisfério. Tudo isto nos devia preparar para as consequências de um mundo cada vez mais interligado e interconectado, em que alguns iluminados querem isolar em pequenos oásis de um potencial pesadelo global. Como dizia o Papa Francisco, que nos deixou há dias, cada vez mais somos “Todos, Todos, Todos”, e temos de trabalhar para a solução dos problemas que são a maioria das vezes comuns. ■

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