José Luiz de Almeida Silva
Quem percorre a cidade das Caldas durante a semana à hora de funcionamento da praça, do comércio e dos serviços públicos e privados, como ao sábado de manhã, encontra a maioria dos parques de estacionamento existentes repletos de viaturas, mas também vai descobrir pela cidade uma imensidade de viaturas em estacionamento irregular ou mesmo em contravenção grave.
Este tema parece não ter grande importância, tanto para os infratores (que raramente são penalizados com as multas), como pelos responsáveis aos mais variados níveis, como para a população em geral, irracionalmente defensora da gratuitidade da gestão daquilo que é um bem escasso: o espaço público.
Há países em que estas questões são geridas e resolvidas de forma racional e com êxito, para o bem comum e para a otimização daquilo que hoje se transformou numa necessidade pública de uso correto da cidade, para evitar os desvios do público para ofertas alternativas em que “se propõe” a comodidade do estacionamento, mesmo sem ser gratuito em muitos casos.
Estranha-se que este tema continue presente em 2025 na cidade das Caldas da Rainha, sem se conhecer uma estratégia inteligente a curto e a médio prazo, passando o debate apenas pela maior ou menor oferta em parques periféricos, sempre gratuitos, bem como o estacionamento no centro da cidade gratuito e com tempo ilimitado.
A chegada para breve (com vários anos de atraso) da ligação ferroviária em modo elétrico à capital do país (apesar das incompetências e das inabilidades no planeamento do desenho na linha ferroviária), mereceria uma atenção grande a estas questões, que, contudo, não têm grande cabimento aqui e agora.
Provavelmente daqui a dez ou vinte anos irão chorar por isso e lamentar o (mau) investimento feito na globalidade. ■