A primeira corrida da época na Nazaré, devido à pandemia, foi bem organizada cumprindo todos os requisitos da DGS e esgotou a lotação possível (cerca de 1/3) com um público entusiasta que alegrou o espetáculo. Os toiros de Ascensão Vaz de pelagens e comportamentos diversos estavam bem apresentados, foram nobres e encastados, mas tenderam para o manso com dificuldades na investida, sendo ásperos principalmente para os forcados.
Luís Rouxinol perante o lote mais difícil teve duas boas lides, de mestre, dando a volta aos toiros com muito ofício e terminando em grande com um bom par de bandarilhas e um palmito, galvanizando o público.
João Moura Jr. esteve muito bem, muito inspirado, em duas lides de qualidade e valor, terminando com duas boas “Mourinas”(excecional a 2ª em terrenos de compromisso) que levantaram o conclave.
Andrés Romero é um rojoneador espanhol que tenta tourear à portuguesa e fazer tudo bem feito, comunicando facilmente com o público. Rubricou duas boas lides com alguns ferros de elevado quilate.
Para os forcados a noite foi dura e de compromisso pois os toiros no geral defenderam-se poderosamente e com investidas inesperadas. Ambos os grupos estiveram à altura do desafio resolvendo os problemas com coesão e brilhantismo, ajudando bem, sempre a citar de longe e o grupo a aguardar bem atrás.
Pegou por Montemor Vasco Ponce à 1ª correto e calmo frente a um toiro de 470Kg que custou muito a arrancar. António Vacas de Carvalho enfrentou um toiro com 505Kg que não arrancava e quando vinha era a defender-se bruscamente, obrigando-o a ir buscá-lo aos seus terrenos, pegou à 3ª com ajudas carregadas resolvendo bem e um ajuda a sair inanimado. O último toiro 480kg, foi muito bem pegado à 1ª pelo jovem José Maria Matos que o viu arrancar logo com muita pata e se agarrou firmemente com o toiro a levar o grupo violentamente contra as tábuas.
Por Caldas da Rainha pegou Duarte Manuel à 2ª corrigindo bem a 1ª, com inteligência, perante um toiro violento de 490Kg que custou a sair e investiu ensarilhando. Francisco Esteves esteve sempre bem e corajoso frente a um poderoso toiro de 540Kg que investia com dificuldade com mangadas altas e violentas não dando tempo para recuar, pegou à 3ª com muito valor e grande ajuda coesa, distinguindo-se o corajoso 1º ajuda Francisco Kreye que ficou quase inanimado. A fechar em grande Lourenço Palha esteve muito bem à 1ª frente a um toiro de 510Kg que meteu a cara de lado obrigando o forcado a emendar-se sem nunca o largar.
Direção sóbria e eficaz de Ana Pimenta. Rui Lopes