O acólito e a oração

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Gazeta das caldas
| D.R.

Em qualquer celebração da Igreja, o Acólito tem uma função de relevo ao serviço do Presidente da Assembleia, assistindo-o para ajudar cada um ao encontro pessoal com Deus. E sabemos – porque acreditamos pela fé – que Deus nos conhece e sabe o que está no mais íntimo do nosso coração. Daí que lembramos recorrentemente a frase (oração) de Santo Agostinho: “que eu vos conheça, Senhor, como de Vós sou conhecido”.
Encerramos um Ano Pastoral muito centrado na Liturgia, ou seja, no conhecimento e aprofundamento do que se vive e celebra em cada ato de culto, seja no sacramento do Baptismo, do Matrimónio, ou na própria Missa. O Grupo de Acólitos da Paróquia de Caldas da Rainha aprende Liturgia, ou seja aprende a expressar – nos diversos momentos – o serviço do altar como serviço a Deus, isto é ajuda a assembleia a celebrar os mistérios da fé.
No Ano Pastoral anterior houve um cuidado especial na formação da Comunidade sobre a Palavra de Deus e não raras vezes – nos nossos encontros semanais – escutámos vários textos das Cartas de S. Paulo, cuja importância reside no facto de ele se ter convertido de uma maneira extraordinária naquela visão de Jesus Ressuscitado. A partir de então, Paulo levou o cristianismo a lugares e a povos que nunca tinham ouvido falar de um Deus único, quanto mais num plano salvífico para a humanidade, ou num Deus Amor personificado em Jesus, o enviado do Pai.
Poderá parecer estranho, mas a conversão de S. Paulo, a sua oração de forma espontânea e simples expressa nas suas cartas – a que chamamos Epístolas – dirigidas às várias comunidades que ele assumia como missão evangelizar, têm ajudado o Grupo de Acólitos que na nossa Paróquia há várias gerações têm abraçado este caminho de serviço à Igreja.
Qualquer jovem, ocupado nas suas regulares tarefas de estudante e organizando o seu tempo para algumas atividades extracurriculares, como por exemplo o desporto, ou a aprendizagem de línguas estrangeiras, tem ainda tempo e desejo de se juntar em grupo para preparar com oração e ensaios, as funções que cada um vai desempenhar nas diversas celebrações. Ele recebe de S. Paulo o exemplo na advertência “ai de mim se não evangelizar”. Ou seja, a sua presença na Igreja é sempre uma componente da sua vida no mundo, mostrando-se a todos na coragem de acreditar em Jesus.
É esta experiência pessoal de encontro com Jesus que transparece depois num trabalho e crescimento efetivo na Comunidade. O ardor do acólito é de tal ordem que ele não pode, nem quer calar a novidade que tem em si, por isso os jovens que tenham pelo menos 12 anos de idade e estejam a fazer o normal percurso catequético, antes ou depois do Crisma, são convidados a entrar num período mais ou menos alargado de formação, até que chegue o dia da investidura. Então são apresentados a toda a Comunidade, que tem o dever de assegurar a oração em favor deste ministério.
Nos dias que correm, é assim que temos um bom Grupo de Acólitos dos 12 aos quase 30 anos de idade, estes já inseridos no mundo do trabalho e alguns com responsabilidades familiares, mas todos numa grande alegria do serviço, o qual ajuda a tornar cada celebração mais bela e proporciona uma espiritualidade mais profunda a toda a Comunidade.

Grupo de Acólitos
Paróquia de Caldas da Rainha