O estado de saúde do Hospital das Caldas inspira os maiores cuidados e o problema não é de agora. Há anos (décadas, talvez) que se agudizam os problemas de falta de meios (humanos e, sobretudo, materiais), faltando coragem à tutela para intervir decisivamente. E só quando se torna pública a insatisfação dos profissionais de saúde se despertam algumas consciências.
Este é, todavia, um problema político. Talvez de coragem política. E enquanto alguns se deixarem distrair com promessas vãs de construção de um novo hospital, as mazelas desta unidade vão acentuar-se e podem mesmo vir a revelar-se totalmente incapacitantes para um hospital que já foi de referência.
Não há receitas milagrosas que qualquer administração ou pessoal médico possam prescrever que permitam solucionar os problemas estruturais de um hospital que parou no tempo, cujos meios de diagnóstico estão aquém do exigível nos dias de hoje e que, por muitas e variadas razões, retira motivação a quem lá trabalha. É por isso que esta é, sobretudo, uma questão política.
Para mal dos nossos pecados, vamos assistindo, em demasia, ao discurso vago dos governantes do reforço do investimento na capacitação do Serviço Nacional de Saúde, da crescente contratação de médicos e enfermeiros e da permanente aquisição de equipamento e na realização de obras. O problema é que o cidadão que precisa aceder aos cuidados de saúde não sente na pele essas melhorias. Antes pelo contrário. E o estado de saúde deste doente, que é o Hospital das Caldas, só tem tendência para se agravar. ■
O estado de saúde do Hospital
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