PAF? PUF!…

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Ao ser publicado este escrito, provavelmente já terá caído o XX Governo Constitucional, formado pela coligação PAF-Portugal À Frente. Nestas circunstâncias, da morte anunciada dum governo cuja duração se arrisca a ser a mais breve de sempre na história da democracia portuguesa, não é tanto a sina do fado do 31 que estoira, arrebenta, pum! que lhe estará destinado, mas sobretudo um vertiginoso esvaziamento, o qual poderia ser expresso, de forma irónica, pela onomatopeia Puf… Quando este executivo se apresentar na Assembleia da República será apenas um invólucro oco, sem nenhum conteúdo nem propósito. A reserva suscitada face ao elenco indicado e ao que dele se infere, reside, por exemplo, em Leal da Costa, ao considerar que o Hospital Termal não faz parte do «core business» do Ministério da Saúde, ou em Teresa Morais, cabeça de lista por Leiria, sem nenhum currículo que a recomendasse para a pasta da Cultura, Cidadania e Igualdade, valores confessadamente encarados como invocações simbólicas; ou Paulo Lemos, que abandonará o cargo sem assegurar a 2ª fase dos trabalhos na Lagoa; ou Calvão da Silva, atestando num parecer jurídico a idoneidade de Ricardo Salgado no BES. Refira-se ainda a postura

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pífia do Presidente da República, a exigir primeiro uma solução maioritária e garantias de estabilidade para vir depois empossar um executivo, que, tal como algumas espécies de crisálidas, sai do casulo para quase de imediato fenecer. Pelo meio, entregou-se o PR a um discurso abusivo, marginalizando as opções de um milhão de portugueses, apelando à penalização dos mercados, aparentemente mais preocupado com o não verificado pânico das instituições financeiras do que com «a defesa dos superiores interesses nacionais» e a qualidade de vida e o bem-estar dos cidadãos. Obviamente, como não tem dúvidas e raramente se engana, reiterou que não alterava nem uma linha ao teor da sua crispada e intolerável intervenção. Porém, após ter sido criticado internacionalmente por órgãos de Comunicação Social, entre os quais o Wall Street Journal, que, de todo, não é possível acusar de simpatias esquerdistas, lá decidiu moderar o tom. Cavaco, por mais que lhe custe, não é o dono nem manda no voto dos cidadãos.
Gerou-se um clima a roçar a histeria, oriundo de sectores que desnorteados perante a hipótese, constitucionalmente legítima, diga-se, de se verem apeados do Poder, foram mesmo ao ponto de apelar ao golpe de Estado com um novo 25 de Novembro. Invocou-se, em nome da inviabilização de uma outra solução governativa que não a do PSD/CDS, a pertença ao Euro e à Nato. Ora nada disto é condição «sine qua non». Há países que são da União Europeia e não estão no Euro (Bulgária, Croácia, Dinamarca, Hungria, Polónia, Reino Unido, República Checa, Roménia, Suécia); países que são da UE e não estão na Nato (Áustria, Chipre, Finlândia, Irlanda, Malta, Suécia) e até membros da Nato que não estão na UE (Albânia e Turquia).
A feroz aposta no empobrecimento generalizado dos portugueses com a tese arrogante do «não há alternativa nem outro caminho» deu lugar à admissão contrariada de que afinal não era bem assim.
O que está em jogo é tão só uma alternativa política com apoio parlamentar maioritário, capaz de estabelecer desde logo um programa mínimo para, pelo menos, reverter, o que foi «para além da Troika».
Citando o conservador Churchill, «a Democracia é o pior sistema possível, excepto todos os outros». Seja como for, é apenas disso que se trata: a Democracia a funcionar! A Direita que se habitue…

José Carlos Faria
jcrffaria@gmail.com