
Normalmente é mau sinal quando os árbitros de futebol são notícia. Mas esse é sobretudo um problema cultural – ou de falta de cultura – do futebol português, porque normalmente só se fala dos árbitros quando é para lhes apontar erros, ou para fazer deles bodes expiatórios pelos maus resultados do clube que se defende. É um problema cultural e que acaba por criar uma sombra negativa sobre a arbitragem, actividade sem a qual não haveriam sequer jogos de futebol.
Mas desta vez a notícia a que está ligado um árbitro caldense é positiva. António Nobre, passado pouco mais de um ano de subir à categoria mais elevada do futebol português, e com apenas 30 anos, vai ser promovido a árbitro internacional.
Zé Povinho quer dar os parabéns ao jovem árbitro caldense, mas não é só por ter chegado ao nível de internacional. É que isso é o resultado de um trabalho árduo e dedicado, que António Nobre fez com objectivos bem definidos, mas sem queimar etapas.
Há pouco mais de um ano, nas páginas da Gazeta das Caldas, acabado de atingir um dos seus objectivos de carreira, o árbitro dizia justamente que queria continuar a progredir e chegar a internacional. Algo que vai concretizar no próximo mês de Janeiro. E agora tem 15 anos pela frente para continuar em frente e atingir novos objectivos. Quem sabe até se não irá arbitrar jogos das grandes competições internacionais, talvez até juntamente com o penichense Fábio Veríssimo.
António Nobre é mais um grande exemplo do que o trabalho e a dedicação podem fazer na vida pessoal e profissional de cada um. E é bom que surjam estas notícias positivas ligadas à arbitragem porque são estas histórias que trazem inspiração aos jovens para seguirem os seus exemplos.

França, inesperadamente, tornou-se em mais um foco fortemente conflitual numa Europa cada vez mais instável, desde as emergências radicais dos extremos aos atentados terroristas.
A França rural, operária e jovem, levantou-se contra o actual poder de Emmanuel Macron, o improvável Presidente da República dos franceses, que abandonou o poder socialista para se candidatar ao Eliseu, à frente de novo movimento “Em Marcha”, ganhando à candidata da extrema-direita Marine Le Pen.
A estes contestatários da classe média baixa e de classe trabalhadora das zonas de fora das grandes cidades – face à difícil situação económica por que passam – juntaram-se as franjas dos jovens deserdados do desenvolvimento económico das metrópoles francesas, que frequentam as extremas direita e esquerda ou os meandros da delinquência.
Numa mistura explosiva que serve com eficácia o caos nos grandes centros urbanos, onde a destruição e o vandalismo campeia, servindo os assaltos como atractivo para conseguirem dinheiro fácil, a França conseguiu nos últimos três fins de semana mostrar uma face que era totalmente inconcebível.
Tarde e atabalhoadamente o poder francês, com o Presidente Macron à cabeça, veio dar aos manifestantes tudo o que eles queriam, mas agora insaciáveis, dizem mais exigir, mesmo com finalidades contraditórias, que ultrapassam todos os limites internos ou exigíveis pela Comissão Europeia.
Macron, uma personagem simpática e optimista nos aerópagos internacionais, tanto europeus como mundiais, soçobrou na sua pátria, sendo tratado com desdém por Trump que ironiza sobre as razões do seu insucesso, pela tentativa de cumprimento das metas do Acordo Ambiental de Paris.
A França e o seu povo será sempre um caso de estudo, pois é quase habitual eleger com pompa e triturar de seguida os seus líderes. Macron não está a fugir à regra, mas parece não haver ninguém a rir-se pois todos temem estar no seu lugar. Zé Povinho aguarda para ver que futuro os espera.