Um cais sem coluna dorsal…

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Perfez há meia dúzia de dias 62 anos que a decisão de construir o cais da Lagoa de Óbidos em madeira, a que se seguiu anos depois aquele cuja demolição se concretizou esta semana, depois de mais de duas décadas de abandono, mereceu grandes elogios na Gazeta das Caldas.
Na edição de 10 de Maio de 1960, quando havia um grande ânimo na cidade pelo seu protagonismo no turismo nacional, explicava-se que a localização era ideal e sua construção permitiria ali acostarem barcos para incentivar “a alta função turística que a Foz desempenhava no nosso concelho”.
Mas a prometida obra não andou, como se lembra em 1963 a Gazeta e só anos depois foi concretizada. Se a decisão é importante, para permitir requalificar a margem da Lagoa, contudo exemplos desses abandonos ou esquecimentos abundam no concelho e especialmente no centro urbano como na zona costeira.
Espera-se que decisões parcelares e avulsas estejam enquadradas numa ideia mais estratégica de cidade e concelho que se quer. E não basta dizer que queremos termas, comércio, cerâmica, turismo, sem se perceber o que queremos ser em 2030 ou 2040, quando todos os outros centros urbanos da região e do país estão também a definir estratégias de ação e objetivos.
A Caldas da Rainha foi atribuída uma marca UNESCO de referência internacional e não parece que tal esteja a iluminar os projetos de desenvolvimento pensados e anunciados, ou se está, não está a ser devidamente comunicada. Para quem chega e que seja sensível a essas propostas, não encontra nenhuma informação ou mensagem capaz e mobilizadora. A não ser que este emblema não seja prioritário nos novos dirigentes. Então ter-se-á que perceber qual a alternativa? ■