A 15 de julho realizou-se em Caldas da Rainha a VI Corrida da Pêra Rocha amplamente anunciada como um concurso de ganadarias.
Contudo sem que tivesse sido dada qualquer explicação ao público presente ou avisado junto à bilheteira, alguns dos toiros anunciados (Brito Paes, Santiago e Charrua) não compareceram. Os toiros foram sorteados em lugar de saírem por antiguidade da ganadaria e no final não foi anunciado qualquer vencedor para o prémio em concurso. Também não vimos presente, ao contrário dos outros anos em que desfilou e se fez notar pelo colorido das suas vestes, a Confraria da Pêra Rocha que atribuía o dito troféu?!…
A insistência desta organização num só grupo de forcados forasteiro pagou-se de novo na bilheteira sendo muitos os aficionados caldenses que não se interessaram pelo espetáculo. Perante cerca de meia casa bem distribuída assistiu-se a uma corrida que resultou entretida e com motivos de interesse.
Rui Salvador enfrentou um bonito toiro de João Ramalho (não anunciado previamente) com 485 Kg, que colaborou, numa atuação correta e profissional que agradou mas não deslumbrou, mostrando-se um pouco apático, com reuniões algo aliviadas, já lhe vimos melhor.
O caldense Marco José perante um de Fontembro com 480 Kg, um pouco baixel, que se foi apagando com o decorrer da lide, teve uma boa atuação com bregas vistosas e ferros valorosos corretamente apontados, animando o conclave.
António Brito Paes frente a um bonito Lupi de 483Kg (não anunciado previamente) algo distraído, logrou uma boa prestação com um conceito de toureio apropriado, bregas criteriosas e ferros de boa nota.
Paulo Jorge Santos atuou antes de Francisco Palha sem qualquer explicação ao público, enfrentando um imponente Varela Crujo de 550Kg, ainda que um pouco “selado”, numa lide de menos a mais, algo irregular de início mas acabando bem por cima do oponente com alguns ferros bem apontados.
Francisco Palha lidou um bonito Lupi (não anunciado previamente) de 440Kg, um pouco distraído, numa lide em crescendo, correta e com abordagens emocionantes pisando terrenos de compromisso e apontando ferros de muita qualidade.
David Gomes cavaleiro praticante que substituiu o anunciado Francisco Parreira que adoeceu foi uma excelente surpresa. Perante um excelente e bonito toiro de Jorge de Carvalho com 450 Kg (deveria ganhar o prémio anunciado se tivesse existido) e aproveitou-o muito bem com bregas apropriadas e abordagens de qualidade conseguindo ferros muito bons, justificando outras oportunidades.
Os Forcados de Alenquer resolveram bem os problemas surgidos, mais criados por eles que pelos oponentes, estando empenhados e diligentes mas nem sempre coesos “abrindo” várias vezes, no entanto poderiam ter carregado menos nas ajudas e dar mais vantagens aos toiros encostando as ajudas às tábuas como é hábito nas Caldas. Pegaram André Mata à 2ª; André Martins, bem à 1ª; Jaime Mendes à 1ª na pega da tarde; Telmo Ribeiro à 3ª; Diogo Trindade bem à 1ª; e André Laranjinha à 2ª.
A “Banda Comércio e Indústria” abrilhantou o festejo, acompanhando de novo as cortesias com uma interpretação do “fado das caldas” e a lide de Marco José com a composição com o seu nome criada pelo maestro desta banda no ano passado.
Dirigiu no geral acertadamente Francisco Calado.
No final um júri não revelado entregou o prémio Câmara Municipal de Caldas da Rainha para a melhor lide a Francisco Palha, com toda a justiça em minha opinião.