Antigo secretário geral do PS quer um pacto para a prosperidade que inclui todos os interessados
“Venho com vontade de servir Portugal com seriedade, independência e ação. Sou livre. Vivo sem amarras”. Palavras de António José Seguro, a 15 de junho, na apresentação da sua candidatura à Presidência da República. Fê-lo perante um CCC ao rubro, onde os presentes o receberam com grande entusiasmo, querendo cumprimentá-lo e agitando várias bandeiras de Portugal.
O CCC lotou, e ficou sem espaço para todos os que pretendiam assistir ao arranque da candidatura do antigo secretário geral do PS, que vive nas Caldas há vários anos.
Além da presença do executivo camarário, juntaram-se à festa muitos cidadãos caldenses e de outras zonas do país e ainda históricos socialistas, tais como João Soares, Maria de Belém, Álvaro Beleza, Lacerda Sales, António Galamba, Carlos Zorrinho, entre muitos outros.
O candidato ao mais alto cargo da nação, considera que o país precisa de um projeto nacional mobilizador, de um rumo e de uma estratégia e para tal propõe “um pacto para a prosperidade” onde pretende envolver todos os partidos políticos, parceiros sociais, universidades “e todos os interessados”.
Na sua opinião, há algumas áreas vitais da vida do país “onde as políticas públicas não podem mudar sempre que muda um Governo”. O candidato a Presidente que defendeu o SNS e a escola pública, sublinhou que a imigração “é uma vantagem económica e também um dever humanista” e defendeu que esta deve ser “organizada, acolhida e integrada em Portugal”. Ainda sublinhou o facto de que “as pessoas estão fartas de promessas vazias, jogos partidários e discursos que nada resolvem”.
Deixou também alguns “recados” aos seus adversários pois diz que o país precisa de um Presidente que inspire confiança e estabilidade, “que seja referência moral e não ruído mediático”. Este deve ser “árbitro respeitado, não jogador. Facilitador de consensos, não gerador de clivagens”. Seguro afirmou que o cargo exige que seja “sereno e não distante ou autoritário”. Deve, pois, centrar-se na magistratura de influência “com causas, agenda própria e vigilância democrática”.
O candidato a Chefe de Estado ainda deixou claro que o chumbo do Orçamento de Estado “não implica automaticamente dissolução do parlamento” e não vê como prioritária a revisão constitucional.
Também acha que o país não pode andar em eleições a cada ano e meio, em governos a prazo. “Governos a prazo conduzem Portugal a prazo”. Apresentou sete preocupações fundamentais – entre outras relacionadas com a justiça, defesa da democracia, abertura ao diálogo, compromisso com a solidariedade internacional, pugnando pela paz na Europa e Gaza, remuneração justa e afirmação da classe média. “A Europa não pode ficar a espera que os EUA mudem, nem pode responder a estes novos pontual ou sectorialmente”. Para o candidato, em relação à Europa há um princípio claro: “problemas comuns exigem respostas comuns”.
António José Seguro, que nomeou Mandela e Salgueiro Maia como seus heróis, emocionou-se num momento final ao referir-se à família. A cerimónia foi iniciada com a representação de Rafael Bordalo Pinheiro pelo ator José Ramalho que tal como o candidato presidencial, também escolheu as Caldas para viver”. O presidente da Câmara, Vítor Marques confirmou o seu apoio pessoal a esta candidatura, algo assumido desde a primeira hora. António José Seguro “é uma figura política com a qual me identifico pela postura e atitude”, rematou o edil caldense.